Estudos de philologia mirandesa - Esycom

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Tullio Máximo, legatiis Angustiada legião vii, fez a Diana
várias olfertas, e entre ellas os gallios de um veado que
elle caçou in parami aeqvore".
A expressão — in parami aequore—• corresponde a
estoutra que se lê no i.'^ verso da poesia: aequore
campi; a qual também se encontra em mais de um
auctor latino. Na Cosmographia diz Júlio Honório, ao
fallar do Douro, que este «per campos Hispaniae inlustrans
paramumn^:
Trata-se, pois, de uma palavra pertencente a uma
lingoa indígena da Ibéria, ^paramvs.
O Sr. Hubner, tanto no Corp. Inscr. Lat., loc. laud.,
como nos Mon. Ung. Iberic, loc. laud., compara esta
palavra, já com a denominação Segontia Paramica, de
uma antiga cidade dos Vacceus, hoje Sahun (e de outra,
senão ha erro, também dos Vardulos), já com a moderna
palavra hespanhola páramo, «planície alta e inculta».
Por aqui se vê que, como a cima notei, a expressão
aequor parami corresponde bem á expressão aequor
campi («campina»).
A palavra trasmontana, citada no sec. xviii pelo parocho
de Miranda, relaciona-se sem dúvida com páramo,
que não é só palavra hespanhola, mas também portu-
guesa. Alem do derivado latino Paramicus, já citado,
devia haver no latim popular da Península outro adje-
ctivo que explique paramio.
Como illustração do assunto, accrescentarei aqui o
seguinte.
Percorrendo-se o onomástico de Hespanha e Por-
tugal, encontram-se estes nomes de lugares, bastante
repetidos por vezes:
1 Vid. Corpus Inscriptionum Latinarutn, ii, 2660.
2 Vid. a collecção intitulada Geographi Latini minores, ed. de
Riese, Heilbronn 1878, p. 36, B-4,— já citada pelo Sr. Dr. Hubner
nos Monumenta Linguae Ibericae, p. lxxxii.