29.04.2013 Views

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

122<br />

Ainda no termo da cida<strong>de</strong>, temos estes três nomes<br />

locaes<br />

:<br />

RicHANA, «campo». Este nome correspon<strong>de</strong> ao hesp.<br />

rellano, e ao port. rechã e (popular) richão. Do lat.<br />

*re-plana; o prefixo re- está junto ao adjectivo<br />

pi anus, com em re-ciirpiis, red-uncus, re-simits, re-<br />

supinus. O nome Richana é caracteristicamente miran-<br />

dês, porque conserva o n intervocalico.<br />

Terronha, «campo». Esta palavra <strong>de</strong>compõe-se em<br />

terr-onha, e creio que se pronuncia terronha; serve <strong>de</strong><br />

augmcntativo <strong>de</strong> terra. Comquanto o suífixo -pnha cor-<br />

responda, para não fallar <strong>de</strong> outras lingoas, ao hesp.<br />

-ueíio, -ueíia, e ao port. -onho, -oiiha, — do lat. - o n e u s<br />

-onea,— a palavra terronha ou terronha é miran<strong>de</strong>sa.<br />

Esta fonte vem já pelo menos mencionada em 1706 na<br />

Corografia Portuguesa, do P.*^ Carvalho da Costa, i,<br />

480, com o mesmo nome <strong>de</strong> Terronha. Na resposta<br />

que o parocho <strong>de</strong> Miranda <strong>de</strong>u em meados do sec. xviii<br />

ao Interrogatório que o Governo dirigiu a todos os<br />

parochos do reino com o fim <strong>de</strong> mandar organizar um<br />

gran<strong>de</strong> Diccionario Geographico <strong>de</strong> Portugal', diz-se<br />

que a cida<strong>de</strong> tem extra-muros sete fontes, sendo uma<br />

a Torronha^. De certo se trata do mesmo sítio que nas<br />

matrizes prediaes da Repartição <strong>de</strong> Fazenda <strong>de</strong> Miranda<br />

se chama Terronha; ha apenas mudança <strong>de</strong> e atono em<br />

o, o que nada tem <strong>de</strong> extraordinário, pois se diz tam-<br />

Michaelis <strong>de</strong> Vasconcellos, ibi<strong>de</strong>m, iii, lyf. — Para se <strong>de</strong>scobrir uma<br />

etymologia não basta aproximar palavras á toa, é necessário estu-<br />

dar cada phenomeno no seu terreno especial. Do contrário estabelece-se<br />

confusão, e não se chega á verda<strong>de</strong>. Por isso entro em<br />

tantas minu<strong>de</strong>ncias.<br />

sqq-<br />

' Cf. Pedro A. <strong>de</strong> Azevedo in O Archeologo Português, i, 267<br />

2 Esta resposta não chegou a imprimir-se. Está manuscrita<br />

como muitas outras na Torre do Tombo. Vid. o vol. xxui da res-<br />

pectiva serie, p. 101 1.<br />

,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!