29.04.2013 Views

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

Estudos de philologia mirandesa - Esycom

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

241<br />

Observação. — No Elucidário <strong>de</strong> Viterbo, s. v., lê-se<br />

ouciente, a par <strong>de</strong> ouci<strong>de</strong>nte e ouriente: mas ouciente<br />

pô<strong>de</strong> estar por *oici<strong>de</strong>nte < occi<strong>de</strong>nte-, tendo-se<br />

mudado o primeiro c em /, do que proveiu o ditongo<br />

oi, que posteriormente se mudou em õii (cf. supra,<br />

§ 71, eigi'eja)\ em oiwiente pô<strong>de</strong> ter influido a palavra<br />

antece<strong>de</strong>nte. No port. mo<strong>de</strong>rno diz-se ourina a par <strong>de</strong><br />

urina; em gallego ourina (e ourina)^ oubiiía («uva blan-<br />

ca», <strong>de</strong> upiíia), ourego (port. orégão e ourégão)^ oufegar,<br />

ousurpador^ ; em port. antigo dizia-se oulá-, em<br />

port. mo<strong>de</strong>rno olá (= oh lá); Gil Vicente tem hou em<br />

próclise"; o mesmo se observa em gallego-*; também<br />

se encontra nos diccionarios portugueses oufano. Tudo<br />

isto prova que a tendência phonetica observada no mi-<br />

randês se manifesta também em gallego e em portu-<br />

guês, embora, pelo menos em português, esporadica-<br />

mente, — o que nada tem estranho, visto serem irmãos<br />

todos estes idiomas. O phenomeno mirandês não é <strong>de</strong><br />

agora: num ms. do sec. xvni achei escrito Ourreta da<br />

Sfha (nome geographico^j, on<strong>de</strong> a primeira palavra<br />

contém o ditongo ou, que talvez já soasse como actual-<br />

mente, isto é, ou, em ourreta.<br />

1 Vid. as quatro primeiras formas em Valladares y Nufíez, ob.<br />

cit. e a quinta em Galo Salinas, A Torre, p. 25.<br />

2 Por exemplo nos Lusíadas, v, 35<br />

Oulá, Velloso amigo, aquelle outeiro<br />

É melhor <strong>de</strong> <strong>de</strong>cer, que <strong>de</strong> subir!<br />

3 Obras, ed. <strong>de</strong> Hamburgo, iii, 240<br />

: :<br />

hou a mulher do amarello ! . .<br />

hou vós do sacco <strong>de</strong> palha ! . .<br />

4 Nos Versos en dialecto gallego, <strong>de</strong> Pérez y Ballesteros, 1878,<br />

p. 34: nOuh maridino)).<br />

5 Na coUecção já por vezes citada Alemorias parochiaes, etc,<br />

existente em Lisboa, na Torre do Tombo, vol. xiii, parte i, fls.<br />

215-217.<br />

. .<br />

16

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!