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emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

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Jorge Fernandes Alves – Os Brasileiros, Emigração e Retor<strong>no</strong> <strong>no</strong> Porto Oitocentista<br />

guerra, aquella incutindo receio aos marinheiros inglezes e esta empregando navios em<br />

outro desti<strong>no</strong>, colocaram os <strong>no</strong>ssos em momento aproveitavel e sumamente lucrativo. Mas<br />

logo que estes motivos cessem e que as embarcações inglezas concorram de <strong>no</strong>vo ao<br />

Brazil, os fretes diminuirão e os <strong>no</strong>ssos navios terão de retirar-se porque a diferença de<br />

direitos é tão excessiva na Inglaterra que só a continuação d'um excessivo frete poderá<br />

comportá-la" 29 .<br />

Neste contexto, é importante verificar como se processava, por esta época a entra<strong>da</strong><br />

de portugueses <strong>no</strong> Brasil. O Diário do Gover<strong>no</strong> fornece algumas indicações a este respeito,<br />

só para o Rio de Janeiro e o a<strong>no</strong> de 1845, com locais de parti<strong>da</strong>, porme<strong>no</strong>rizando a<br />

nacionali<strong>da</strong>de dos navios apenas para o segundo semestre (Quadro 4.1):<br />

Quadro 4.1- Emigração Portuguesa <strong>no</strong> Rio de Janeiro<br />

-1845<br />

Origem Entra<strong>da</strong>s Entra<strong>da</strong>s <strong>no</strong> 2º semestre Total de<br />

1º seme. Passag. Navios entra<strong>da</strong>s<br />

Portug. Estrang. Total em 1845<br />

Lisboa 55 70 5 8 13 125<br />

Porto 1038 668 8 - 8 1706<br />

Setúbal 1 - - - - 1<br />

Açores 451 833 3 1 4 1284<br />

Madeira 132 - - - - 132<br />

Cabo Verde - 3 - 2 2 3<br />

África 24 74 1 5 6 98<br />

Ásia 6 - - - 6<br />

Totais 1707 1648 17 16 33 3355<br />

Fonte: Diário do Gover<strong>no</strong>, nº 105, 1846<br />

O Porto surge-<strong>no</strong>s, assim, como o local de parti<strong>da</strong> de maior número de passageiros,<br />

só seguido de perto pelos Açores, mas, <strong>no</strong>te-se, a navegação a partir do Porto é, nesta<br />

altura, to<strong>da</strong> realiza<strong>da</strong> em navios nacionais. E, conforme a mesma fonte, "os que foram do<br />

Porto todos levaram passaportes <strong>da</strong>s Authori<strong>da</strong>des, com rarissimas excepções, não<br />

acontecendo o mesmo aos dos Açores, os quaes embarcam alguns delles clandestinamente,<br />

em consequencia <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s que alli se tem tomado para obstar á <strong>emigração</strong> de tantos<br />

braços úteis <strong>da</strong>s <strong>no</strong>ssas ilhas, porque uma parte dos que vão é gente moça, robusta, e<br />

a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> a todos os serviços a que se queiram applicar." 30 Temos, pois, uma confirmação<br />

externa de que, por esta época, a <strong>emigração</strong> saí<strong>da</strong> do Porto se enquadrava na sua maioria<br />

dentro do quadro legal, pelo que o respectivo registo de passaportes pode ser considerado<br />

29 In "Marítimos", O Commercio, nº 45, 15 de setembro de 1854.<br />

30 In "Emigração para o Brasil", Diário do Gover<strong>no</strong>, nº 105, 1846, p. 501.<br />

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