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emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

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Jorge Fernandes Alves – Emigração e Retor<strong>no</strong> <strong>no</strong> Porto Oitocentista 198<br />

são as eleva<strong>da</strong>s taxas de <strong>emigração</strong>, cuja aproximação à média nacional só se verifica em<br />

1900, e o grande desnível entre os sexos, pois o "sex-ratio" apresenta para o Porto valores<br />

relativamente baixos, pouco superiores a 80 (longe do nível de equilíbrio 100), a<br />

denunciar a masculini<strong>da</strong>de do êxodo populacional.<br />

Centrando-<strong>no</strong>s, agora, na variável <strong>emigração</strong> ao nível do distrito do Porto é<br />

possível aduzir uma informação mais sistemática, calculando as taxas brutas anuais de<br />

<strong>emigração</strong> (TBE), de forma a confrontar a sua intensi<strong>da</strong>de com o volume de população.<br />

Para isso, partindo do conhecimento dos volumes demográficos globais do distrito para<br />

os a<strong>no</strong>s apontados atrás, e utilizando as taxas de crescimento anual médio20 para os<br />

intervalos respectivos, estimámos a população para os diferentes a<strong>no</strong>s. Para além <strong>da</strong> TBE,<br />

procedemos ao cálculo <strong>da</strong> média móvel quinquenal sobre as taxas apura<strong>da</strong>s, de forma a<br />

ultrapassar os números eventualmente desgarrados do conjunto e a apreender mais<br />

facilmente as tendências subjacentes às flutuações observa<strong>da</strong>s. A imagem mas saliente é<br />

a de que não existem, <strong>no</strong> curto prazo, grandes desvios em relação à média móvel, com o<br />

desenvolvimento de ambas as curvas a sugerirem uma quase sobreposição, com a<br />

excepção dos a<strong>no</strong>s de 1855, 1856, 1891 e 1895, que correspondem a picos bem<br />

marcantes <strong>no</strong> fluxo emigratório, rompendo a linha tendencial (Gráf.5.2).<br />

A visualização <strong>da</strong> linha emigratória sugere, porém, a existência de ciclos bem<br />

demarcados ao longo <strong>da</strong>s suas oscilações. Na sua linha tendencial, esses ciclos<br />

apresentam um paralelismo aos encontrados por Joel Serrão para o volume de <strong>emigração</strong><br />

a nível nacional, 21 embora aqui esteja em causa um indicador diferente, de natureza<br />

relativa - as taxas de <strong>emigração</strong>. Assim, tendo em conta as ondulações em crista a<br />

denunciar os picos de maior intensi<strong>da</strong>de, podemos delimitar cro<strong>no</strong>logicamente esses<br />

ciclos, apontando como limites os níveis de intensi<strong>da</strong>de mais fraca, bem como o pico<br />

central que neles se enquadra:<br />

1839 a 1865, com pico em 1855;<br />

1866 a 1883, " " " 1872;<br />

1884 a 1899, " " " 1891.<br />

20 Para o cálculo desta taxa, de natureza geométrica, seguimos a fórmula:<br />

log (Pn/Po) = n log(1+a)<br />

em que<br />

a = taxa de crescimento anual médio; Po = população inicial; Pn = População <strong>no</strong>utro momento; n =<br />

número de a<strong>no</strong>s de intervalo.<br />

Cf. NAZARETH, J. Manuel, Princípios e Métodos de Análise Demográfica, Lisboa, Editorial Presença,<br />

1988, pp. 164-167.<br />

21 Cf. SERRÃO, Joel, A Emigração Portuguesa, Lisboa, Livros Horizonte, 1977, pp. 32-37 (Fig.1).

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