15.04.2013 Views

emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Jorge Fernandes Alves – Os Brasileiros, Emigração e Retor<strong>no</strong> <strong>no</strong> Porto Oitocentista 294<br />

6. RETORNO<br />

E OUTROS REFLUXOS<br />

"O papel do remigrado do Brasil na constituição <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de<br />

portuguesa foi capital <strong>no</strong> <strong>no</strong>rte do país. [...] Personagem viva<br />

que assomava e ascendia sobre o decair rapido <strong>da</strong>s classes<br />

predominantes do velho regime. Aburguezaram fortemente o<br />

meio e regaram de libras a ci<strong>da</strong>de e o campo. Bairros inteiros<br />

edificaram <strong>no</strong> Porto, ci<strong>da</strong>de sua predilecta. Eram seus o<br />

palacete urba<strong>no</strong> enfeitado com o brazão <strong>da</strong> fi<strong>da</strong>lguia de fresca<br />

<strong>da</strong>ta que os ufanava e o casarão vermelho erguido <strong>no</strong> pomar <strong>da</strong><br />

quinta bem granjea<strong>da</strong>. A egreja, a escola, o asilo, o hospicio, o<br />

hospital, outros tantos marcos <strong>da</strong> sua benemerencia <strong>da</strong>divosa" .<br />

Ricardo Jorge, Brasil! Brasil!,<br />

Lisboa, Emp. Literária Fluminense,<br />

1930, pp. 23-24.<br />

Numa grande parte <strong>da</strong> literatura sobre a <strong>emigração</strong> portuguesa insiste-se na<br />

ideia de que o emigrante parte <strong>no</strong> desejo profundo de voltar rapi<strong>da</strong>mente a Portugal. A<br />

<strong>emigração</strong> para a Europa, dificultando a integração do emigrante, deu mais crédito a esta<br />

tese que, em retroprojecção, tem sido generaliza<strong>da</strong> a to<strong>da</strong> a <strong>emigração</strong> portuguesa.<br />

Ajustar-se-á esta perspectiva à <strong>emigração</strong> para o Brasil do século passado? Qual o seu<br />

grau de adequação? Em que medi<strong>da</strong> se verifica o <strong>retor<strong>no</strong></strong>? Quais os influxos mais<br />

significativos provocados pelo <strong>retor<strong>no</strong></strong> na socie<strong>da</strong>de de parti<strong>da</strong>? Que configurações<br />

assume a reintegração? Eis algumas questões, cuja pertinência justifica a elaboração do<br />

presente capítulo, ain<strong>da</strong> que as respostas nem sempre possam resolver as questões de<br />

fundo, colocando sobretudo <strong>no</strong>vos e mais minuciosos problemas.<br />

Se aceitarmos como explicação geral <strong>da</strong> <strong>emigração</strong> um quadro expulsivo, aonde a<br />

exclusão social assume um papel determinante nas estratégias de reprodução doméstica,<br />

gerando um emergir difuso de ressentimentos, será de aceitar o "mito do <strong>retor<strong>no</strong></strong>" como<br />

operador nas decisões individuais de parti<strong>da</strong>? Mas como conciliar a parti<strong>da</strong> "ressenti<strong>da</strong>"

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!