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emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

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Jorge Fernandes Alves – Emigração e Retor<strong>no</strong> <strong>no</strong> Porto Oitocentista 288<br />

Se, depois <strong>da</strong>s viagens, <strong>no</strong>s preocuparmos com os desti<strong>no</strong>s <strong>da</strong> <strong>emigração</strong><br />

portuense para o Brasil, temos logo de reconhecer que as condições de tráfico não são<br />

estranhas de todo ao seu direccionamento. Na ver<strong>da</strong>de, se as carreiras procuram<br />

satisfazer a procura dos passageiros, também é ver<strong>da</strong>de que a imposição de determina<strong>da</strong>s<br />

carreiras, por alega<strong>da</strong>s condições técnicas, portuárias e financeiras, acaba por criar<br />

rotinas que condicionam as parti<strong>da</strong>s. Para além disso, determina<strong>da</strong>s zonas portuárias<br />

transformam-se em plataformas de rotação, recebendo passageiros que depois se escoam<br />

para zonas interiores e/ou afasta<strong>da</strong>s, facto este que aconteceu também com os emigrantes<br />

portugueses <strong>no</strong> Brasil, país aonde, de resto, a mobili<strong>da</strong>de interior era muito grande.<br />

Redistribuição ca<strong>da</strong> vez mais facilita<strong>da</strong>, quer pela intensa navegação de cabotagem que o<br />

gover<strong>no</strong> brasileiro também subsidiava, ou pela já extensa rede ferroviária131 .<br />

Os desti<strong>no</strong>s <strong>da</strong> <strong>emigração</strong> portuense para o Brasil (pelo me<strong>no</strong>s na sua primeira<br />

etapa) estão quantificados para o período em estudo, na sua progressão anual, a partir <strong>da</strong>s<br />

declarações regista<strong>da</strong>s <strong>no</strong>s passaportes (Quadro 5.17, para números absolutos, vd. anexo<br />

5.10). Aí se pode observar como o peso <strong>da</strong> tradição manteve continuamente um fio<br />

migratório para os desti<strong>no</strong>s de sempre, ain<strong>da</strong> que a diversi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> dinâmica regional<br />

brasileira tenha criado outros pólos de atracção que se tornaram importantes <strong>no</strong> final do<br />

século.<br />

Entre 1836 e 1899 há uma clara evolução na geografia desses desti<strong>no</strong>s, embora o<br />

Rio de Janeiro absorva sempre, em maior ou me<strong>no</strong>r grau, a maioria dos emigrantes, a<strong>no</strong>s<br />

havendo em que o Rio chegou a ultrapassar ligeiramente o nível dos 80%. Mas também<br />

houve períodos em que outras zonas concorreram de modo significativo na atracção dos<br />

imigrantes portuenses. Assim, na déca<strong>da</strong> de 30 e primeiros a<strong>no</strong>s <strong>da</strong> de 40, o Rio de<br />

Janeiro ficava-se pelos cerca de 60%, e zonas como a Baía (10%), Maranhão (8%)<br />

Pernambuco (14%) revelavam um peso importante <strong>no</strong> desti<strong>no</strong> tradicional destes<br />

emigrantes.<br />

131 Cf. O Imperio do Brazil na Exposição Universal de 1876 em Philadelphia, Rio de Janeiro,<br />

Typographia Nacional, 1875.

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