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emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

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Jorge Fernandes Alves – Os Brasileiros, Emigração e Retor<strong>no</strong> <strong>no</strong> Porto Oitocentista 305<br />

se torna difícil de estimar, pois só o controlo <strong>no</strong>minativo, superando a natureza agrega<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong>s estatísticas, poderia lá chegar, como já referimos. De facto, a re<strong>emigração</strong> só pode ser<br />

analisa<strong>da</strong> numa perspectiva longitudinal, pois só é observável ao longo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> dos<br />

indivíduos, não se detectando em estimativas anuais. A ordenação dos registos de<br />

passaporte em suporte informático, com base <strong>no</strong> <strong>no</strong>me, naturali<strong>da</strong>de e i<strong>da</strong>de foi o<br />

primeiro passo para uma tentativa de quantificação, não suficiente, pois a repetição de<br />

<strong>no</strong>mes, mesmo com dois ou três apelidos é impressionante. Estabelecemos alguns<br />

processos de controle mais apertado, <strong>no</strong>mea<strong>da</strong>mente a conjugação <strong>da</strong>s i<strong>da</strong>des com as<br />

<strong>da</strong>tas de parti<strong>da</strong>, que permitiu proceder a eliminações sucessivas. Face à grande massa<br />

de <strong>da</strong>dos que ain<strong>da</strong> subsistia, tivemos de reduzir o campo de observação. Seleccionamos<br />

apenas os registos que continham os <strong>no</strong>mes António (25362 casos), Luís (1636) e João<br />

(6026), <strong>no</strong>mes estes tirados à sorte, trabalhando com uma amostra apenas (<strong>no</strong> caso, 27%<br />

do total de registos de passaportes informatizados). Procedemos, então, a um controlo<br />

pessoal, caso a caso, fazendo uso do confronto de to<strong>da</strong>s as variáveis dos registos de<br />

passaportes, para detectar as repetições de <strong>emigração</strong> e classificá-las por ordem de<br />

parti<strong>da</strong> (Quadro 6.3), reconhecendo to<strong>da</strong>via que os resultados só podem valer como<br />

aproximação.<br />

Quadro 6.3 - Re<strong>emigração</strong> <strong>no</strong>s passaportes Porto-Brasil,<br />

1836-1879<br />

Ordem de viagem Nºs %<br />

1ª 30873 93,487<br />

2ª 1592 4,821<br />

3ª 388 1,175<br />

4ª 111 0,336<br />

5ª 39 0,118<br />

6ª 14 0,042<br />

7ª 5 0,015<br />

8ª 1 0,003<br />

9ª 1 0,003<br />

Total 33024 100,000<br />

Como se pode observar, apenas 6,5% <strong>da</strong>s parti<strong>da</strong>s correspondem a situações de<br />

re<strong>emigração</strong>, isto é, trata-se do mesmo indivíduo a embarcar de <strong>no</strong>vo, após o seu <strong>retor<strong>no</strong></strong>.<br />

Este quantitativo baixo é, <strong>no</strong> entanto, significativo, se <strong>no</strong>s lembrarmos que a <strong>emigração</strong><br />

clandestina para o período em estudo era calcula<strong>da</strong> em 5%. A prática <strong>da</strong> re<strong>emigração</strong> tem<br />

como um dos seus efeitos, a nível demográfico, sobreavaliar o número de indivíduos que<br />

partiram, enquanto a <strong>emigração</strong> clandestina os subavalia, pelo que, na prática, com<br />

valores iguais, se anulam mutuamente naquele efeito, o que parece ser, de algum modo,

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