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emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

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Jorge Fernandes Alves – Os Brasileiros, Emigração e Retor<strong>no</strong> <strong>no</strong> Porto Oitocentista 45<br />

companhias <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de não são referidos ain<strong>da</strong>, embora em listas mais tardias (1780-85) a<br />

sua referência seja já mais intensiva 17 . Mas esta indicação parece-<strong>no</strong>s meramente<br />

esporádica, sendo mais sistemática a indicação de ausente <strong>no</strong> Brasil ( e suas variantes -<br />

América, Rio de Janeiro, Minas, Pernambuco, Maranhão). Neste campo, a Sé surge à<br />

frente com 30 indivíduos nessa situação, seguindo-se Cedofeita/Massarelos (13), S.<br />

Ildefonso (13) e Vitória (9). A ci<strong>da</strong>de é mais um pólo de atracção do que de repulsão,<br />

como se torna evidente pela insignificância dos números, embora estes pequem por larga<br />

margem, já que o comércio para o qual se conhecem algumas grandezas, deveria levar ao<br />

Brasil mais gente liga<strong>da</strong> a esta activi<strong>da</strong>de. De qualquer modo, nas listagens <strong>da</strong>s<br />

companhias rurais a indicação de ausente indica muitas vezes o Porto como desti<strong>no</strong>. Já a<br />

Foz do Douro, então integra<strong>da</strong> na companhia de ordenanças de Bouças, apresentava 20<br />

ausentes <strong>no</strong> Brasil, sem contar com o movimento de vaivém dos marinheiros. Importa<br />

sublinhar, porém, que a maior parte destes ausentes ou são calafates e carpinteiros <strong>da</strong><br />

Ribeira ou filhos de capitães e pilotos de navios, tudo indicando que a deslocação se fez<br />

aqui como forma complementar <strong>da</strong>s activi<strong>da</strong>des de navegação e comércio desenvolvi<strong>da</strong>s<br />

a partir <strong>da</strong>qui, explicitando a importância <strong>da</strong>s redes familiares e negociais nesta corrente<br />

populacional 18 .<br />

Já nas companhias rurais se detectam situações de níti<strong>da</strong> fuga de gente,<br />

observando-se três desti<strong>no</strong>s típicos: para as ci<strong>da</strong>des (Porto e Lisboa), para o Alentejo e<br />

para o Brasil. Uma análise de porme<strong>no</strong>r mostra que enquanto o êxodo para a ci<strong>da</strong>de é um<br />

fenóme<strong>no</strong> praticamente generalizado a to<strong>da</strong> a região, já <strong>no</strong> que se verifica para os outros<br />

dois desti<strong>no</strong>s há uma clara demarcação geográfica: enquanto nas zonas mais afasta<strong>da</strong>s do<br />

mar persistem as i<strong>da</strong>s para o Alentejo, como é caso demonstrado pela listagem de S.<br />

17 Cf. SANTOS, Cândido dos, A População do Porto de 1700 a 1820 - Contribuição para o estudo <strong>da</strong><br />

demografia urbana, Porto, separata <strong>da</strong> "Revista de História", 1978, pp. 16-24. Eis os números de<br />

brasileiros (em 1780-85) apontados para diversas freguesias: Sé - 5; Vitória -2; S. Ildefonso - 27;<br />

Cedofeita e anexas (Vilar, Massarelos) - 7.<br />

18 A. H. M. P., Listas de Ordenanças, nº 4390.

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