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emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

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Jorge Fernandes Alves – Emigração e Retor<strong>no</strong> <strong>no</strong> Porto Oitocentista 190<br />

colectivo, apoiando-<strong>no</strong>s na pouca informação sobre muitos emigrantes, em detrimento <strong>da</strong><br />

muita informação sobre poucos, conferindo, nesta fase <strong>da</strong> investigação, uma natureza<br />

serial ao problema.<br />

Para este tipo de leitura, utilizaremos principalmente a base de <strong>da</strong>dos construí<strong>da</strong> a<br />

partir <strong>da</strong> informatização dos registos de passaportes emitidos pelo Gover<strong>no</strong> Civil do<br />

Porto <strong>no</strong> século passado: são, na totali<strong>da</strong>de 122081 registos (referenciando um total de<br />

137603 indivíduos), correspondentes aos passaportes emitidos entre os a<strong>no</strong>s 1836-1879 e<br />

<strong>no</strong>s de 1889 e 1899. Estes dois últimos a<strong>no</strong>s foram levantados como meio de controlar a<br />

evolução <strong>da</strong>s tendências encontra<strong>da</strong>s e confrontar os <strong>da</strong>dos <strong>da</strong>s estatísticas oficiais<br />

publica<strong>da</strong>s a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 18806 . Trata-se, portanto, de uma reconstituição<br />

estatística, utilizando os diversos elementos de identificação dos registos, para um<br />

período anterior à publicação regular e oficial do movimento de <strong>emigração</strong>7 .<br />

5.1 - A corrente migratória do Porto<br />

Trabalharemos, a partir de agora, com a <strong>emigração</strong> legal observa<strong>da</strong> <strong>no</strong> distrito do<br />

Porto, não a totali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> que embarca pela barra do Douro, mas a dos naturais ou<br />

domiciliados <strong>no</strong> espaço distrital que aqui obtém passaporte, quer saiam pela barra do<br />

Porto, quer por outro lugar.<br />

Debruçando-<strong>no</strong>s sobre uma corrente regional, importa interrogarmo-<strong>no</strong>s sobre a<br />

sua representativi<strong>da</strong>de <strong>no</strong> conjunto <strong>da</strong> <strong>emigração</strong> nacional8 . Assim, se excluirmos os<br />

casos especiais <strong>da</strong>s ilhas dos Açores e <strong>da</strong> Madeira, verificamos que a <strong>emigração</strong><br />

portuense na segun<strong>da</strong> metade do século XIX9 , atingia proporções muito eleva<strong>da</strong>s <strong>no</strong><br />

6 As estatísticas oficiais ("Anuários Estatísticos" e "Movimento <strong>da</strong> População"), para o século XIX,<br />

seguem de perto os registos de passaportes, não tendo nós encontrado grandes diferenças. Os peque<strong>no</strong>s<br />

desvios encontrados, para além de eventuais erros aritméticos, ficam a dever-se a algumas repetições e/ou<br />

anulações, bem como à inserção desloca<strong>da</strong> de uma ou outra "referen<strong>da</strong>" a estrangeiro, para as quais<br />

existiam livros próprios, porme<strong>no</strong>res que nós corrigimos. Para além disso, há casos muito raros de<br />

ilegibili<strong>da</strong>de actual, que não conseguimos ultrapassar.<br />

7 É possível encontrar os números globais para a <strong>emigração</strong> do Porto relativamente a alguns a<strong>no</strong>s, através<br />

dos relatórios do governador civil apresentados à Junta Geral. Nos a<strong>no</strong>s 50, esses cômputos dizem respeito<br />

a to<strong>da</strong> a <strong>emigração</strong> saí<strong>da</strong> pela barra do Douro e tinham por base as relações entregues pelos capitães dos<br />

navios. No relatório de 1878 surge uma contagem através dos passaportes emitidos para o Brasil e Estados<br />

Unidos.<br />

8 Para os <strong>da</strong>dos de portugal Continental, seguimos LEITE, J. Costa, "Emigração Portuguesa: a lei e os<br />

números (1855-1914)", Análise Social, nº 97, 1987, pp.463-480.<br />

9 Para os a<strong>no</strong>s anteriores a 1855, não há <strong>da</strong>dos que permitam quantificar a <strong>emigração</strong> a nível nacional. Para<br />

o Porto, podemos fazê-lo sistemáticamente a partir de 1836, embora ain<strong>da</strong> existam informações com<br />

lacunas para os dois a<strong>no</strong>s anteriores. Para o caso de Viana, cf. RODRIGUES, Henrique Fernandes, A

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