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emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

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Jorge Fernandes Alves – Os Brasileiros, Emigração e Retor<strong>no</strong> <strong>no</strong> Porto Oitocentista 341<br />

Data <strong>da</strong> carta Valor <strong>da</strong> remessa<br />

1874.03.20 18$000<br />

1874.09.10 30$000<br />

1875.05.28 30$000<br />

1876.02.30 30$000<br />

1876.06.29 22$500<br />

1877.03.10 22$500<br />

1877.11.14 22$500<br />

1878.02.20 50$000<br />

1878.08.14 50$000<br />

Uma outra mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de é a sugeri<strong>da</strong> pelo caso de Bernardi<strong>no</strong> Vicente de Araujo,<br />

de Tougues (Vila do Conde) que, tendo embarcado em Agosto de 1873, com 11 a<strong>no</strong>s de<br />

i<strong>da</strong>de, para a Baía, escreve em Janeiro de 1882 ao pai para lhe comunicar a atribuição de<br />

uma "mesa<strong>da</strong>":<br />

"Vou <strong>da</strong>r-lhe hoje uma <strong>no</strong>ticia que deve ser-lhe summamente agra<strong>da</strong>vel.<br />

Attendendo a mesquinhez dos meios que Vm. dispõe para sustento de minha familia,<br />

marquei-lhe hoje, a contar do corrente mês em diante, uma mensali<strong>da</strong>de de Rs. 6$000,<br />

moe<strong>da</strong> desse paiz, para aju<strong>da</strong> do sustento de <strong>no</strong>ssa familia, que recebera do <strong>no</strong>sso amigo<br />

Antonio de Azevedo Fernandes a quem escrevi a esse respeito por esta mala".<br />

A carta ao comum amigo, deixando entrever o papel do parentesco na rede<br />

migratória, sugere, ao pedir ao pagamento <strong>da</strong> mensali<strong>da</strong>de: "Para seu pagamento enviar-<br />

lhe-ei uma letra de saque quando o cambio for mais favoravel ou então transigirei com<br />

seu dig<strong>no</strong> ma<strong>no</strong> (meu bom tio) o Snr. Jose de Azevedo Fernandes, entregando-lhe aqui a<br />

quantia que produzir em moe<strong>da</strong> fraca para lhe ordenar ahi o pagamento, conforme lhe<br />

convier" 84 .<br />

As mesa<strong>da</strong>s e esmolas a familiares tornam-se o elemento de maior carga<br />

simbólica nesta eco<strong>no</strong>mia de subsídio que a <strong>emigração</strong> propiciou. Pessoas desprotegi<strong>da</strong>s<br />

esperavam a "mesa<strong>da</strong>" como um favor divi<strong>no</strong>, conforme evidenciam algumas cartas de<br />

devoção ao Bom Jesus de Matosinhos, tal como a <strong>da</strong> devota que pede intercessão para<br />

"que meu irmão João <strong>no</strong> Rio de Janeiro se lembre de mim com huma esmola que me deia<br />

(sic) uma meza<strong>da</strong>" 85 .<br />

6.3.2 - Reintegração<br />

84 Documentação particular, a que tivemos acesso por gentileza do sr. Monteiro dos Santos (Vila do<br />

Conde).<br />

85 Cf. GOMES, Fátima Maria Oliveira e OSÓRIO, Maria Conceição Azeredo Pinto, "A Irman<strong>da</strong>de do<br />

Bom Jesus de Bouças e Seus Reflexos na Vila de Matosinhos", Boletim do Arquivo Distrital do Porto, II<br />

Vol., Porto, 1985, pp. 111-186.

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