15.04.2013 Views

emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Jorge Fernandes Alves – Os Brasileiros, Emigração e Retor<strong>no</strong> <strong>no</strong> Porto Oitocentista 42<br />

Março 1720 dá-<strong>no</strong>s conta do medo do despovoamento que se fazia sentir, particularmente<br />

em relação ao Entre-Douro-e-Minho, ao determinar que nenhum funcionário poderia<br />

partir para as capitanias do Brasil antes de ser despachado para qualquer emprego,<br />

incluindo as missões, e que os particulares só o poderiam fazer com justificação<br />

documental de que íam fazer negócio ou para acudirem a negócios urgentes. No entanto,<br />

a corrente fluía... embora, em termos quantitativos, não esteja documentado, de forma<br />

satisfatória, o seu cau<strong>da</strong>l, o que só acontecerá <strong>no</strong>utro quadro institucional, em ple<strong>no</strong><br />

século XIX.<br />

2.1 - A corrente humana setecentista<br />

Valorizemos, <strong>no</strong> entanto, as <strong>no</strong>tícias dispersas e fragmentárias, como forma de<br />

aceder a algumas configurações deste movimento populacional <strong>no</strong> que respeita à area do<br />

Porto e seu termo.<br />

Um trabalho curioso, que <strong>no</strong>s fornece algumas indicações sobre a corrente de<br />

eclesiásticos que anualmente deman<strong>da</strong>vam o Brasil, é o <strong>da</strong>s memórias do Padre Baltasar<br />

Guedes sobre o Colégio dos Órfãos na ci<strong>da</strong>de do Porto. Aí se diz que, a pedido dos<br />

bispos do Rio de Janeiro, Baía e Pernambuco, quase todos os a<strong>no</strong>s, a partir <strong>da</strong> fun<strong>da</strong>ção<br />

(1650) eram enviados vários órfãos, educados <strong>no</strong> colégio, para lá receberem ordens<br />

sacras (mais tarde passaram a ser ordenados em Portugal), além do envio de outros que<br />

preferiam a vi<strong>da</strong> civil. Para as viagens era feito o apelo aos comerciantes e capitães de<br />

navio, que levavam gratuitamente os órfãos, além de <strong>no</strong>rmalmente concorrerem com<br />

esmolas (medi<strong>da</strong>s de açúcar) para o colégio à chega<strong>da</strong> dos navios do Brasil. Atente-se<br />

neste extracto de uma petição dirigi<strong>da</strong> ao Rei pelo Reitor do Colégio (1742), com o<br />

objectivo de justificar a sua i<strong>da</strong> como clérigos: "Diz o Pe. Manuel Vieira de Sousa, Reitor<br />

[...] que o dito Colégio tem Mestres de escola, latim, solfa, cantochão e orgão, a quem o

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!