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emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

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Jorge Fernandes Alves – Os Brasileiros, Emigração e Retor<strong>no</strong> <strong>no</strong> Porto Oitocentista 74<br />

Um pa<strong>no</strong>rama que surge como continuação do verificado <strong>no</strong> Antigo Regime, pois<br />

os mercados tradicionais mantém-se, com o reforço do inglês e a per<strong>da</strong> relativa do<br />

brasileiro. Neste último, o caso dos têxteis é flagrante, em comparação com a situação<br />

dos finais do século XVIII atrás referi<strong>da</strong>. Confirma-se a imagem que Fátima Bonifácio<br />

<strong>no</strong>s dá para o Porto <strong>da</strong>s déca<strong>da</strong>s de 1830/40:<br />

"A praça do Porto carece de ver<strong>da</strong>deira dimensão internacional: polariza uma<br />

região que surge fecha<strong>da</strong> sobre si mesma <strong>no</strong> contexto do resto do País, umbilicalmente<br />

liga<strong>da</strong> a um triângulo cujo vértice principal residia na Inglaterra, e outro, subalter<strong>no</strong>, <strong>no</strong><br />

Brasil" 86 .<br />

Por volta de 1880, o pa<strong>no</strong>rama comercial de Portugal com o Brasil continua a<br />

manter as posições relativas aqui estabeleci<strong>da</strong>s, com uma alteração de fundo: uma que<strong>da</strong><br />

substancial na importação de açúcar não-refinado; <strong>no</strong> lado <strong>da</strong> exportação, a<br />

preponderância ca<strong>da</strong> vez maior do vinho como produto essencial e o quase<br />

desaparecimento <strong>da</strong> componente industrial, adensando-se ain<strong>da</strong> mais a componente<br />

agrícola <strong>da</strong> <strong>no</strong>ssa exportação. No entanto, o Brasil permanece como o segundo melhor<br />

importador/exportador <strong>da</strong> praça do Porto, e, ao nível nacional, o <strong>no</strong>sso comércio com o<br />

Brasil apresenta, desde 1870, saldos favoráveis ca<strong>da</strong> vez mais elevados 87 .<br />

Neste contexto pouco animador, o Porto comercial, através <strong>da</strong> sua Associação,<br />

não pode esquecer duas alternativas: o comércio inter<strong>no</strong> e a <strong>emigração</strong>.<br />

No comércio inter<strong>no</strong>, a tónica será posta na necessi<strong>da</strong>de de comunicações fáceis,<br />

baratas e rápi<strong>da</strong>s: "<strong>da</strong>i-<strong>no</strong>s estra<strong>da</strong>s, cannaes, e rios navegaveis, e permitti a acceleração<br />

do transito, abolindo as barreiras interiores, os impostos locaes, as guias, os<br />

86 Ob. cit., p. 229.<br />

87 Cf. o artigo de Rodrigues de Freitas "Commercio de Portugal: II - o Brasil", in O Comércio do Porto , de<br />

26 de Outubro de 1882, que apresenta quadros de evolução anual, de 1843 a 1879. Do mesmo autor, ver<br />

diversos artigos sobre "Vinhos Portugueses <strong>no</strong> Brasil", ibidem, de 8 e 15 de Junho e 17 e 22 de Agosto de<br />

1884. Idem , "O câmbio do Brazil e a Eco<strong>no</strong>mia Nacional", ibidem, de 6 de Dezembro de 1885, para os<br />

a<strong>no</strong>s de 1879-1882. Vejam-se as importações/exportações para alguns a<strong>no</strong>s (em contos de réis), com saldo<br />

positivo crescente: 1870 - 3178/3207; 1875 - 2483/4170; 1880 - 2139/5964.

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