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emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

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Jorge Fernandes Alves – Os Brasileiros, Emigração e Retor<strong>no</strong> <strong>no</strong> Porto Oitocentista 59<br />

Procuremos, <strong>no</strong> entanto, conferir uma quantificação mais extensiva a este<br />

movimento comercial que ligava o Porto ao Brasil. Infelizmente, um estudo clássico do<br />

movimento <strong>da</strong> barra do Douro para os meados do século XVIII, realizado por Virgínia<br />

Rau, não cobre o tráfico com o Brasil, não o permitindo avaliar em si, nem na sua<br />

representativi<strong>da</strong>de. Baseando-se <strong>no</strong>s livros para as visitas <strong>da</strong>s naus do Santo Ofício, que<br />

registam indirectamente um movimento anual oscilante entre os 100/200 navios, a<br />

própria autora reconhece que a visita do Santo Ofício só incidia em navios estrangeiros<br />

ou "sobre os navios nacionais vindos de <strong>porto</strong>s dos países considerados heréticos, ou<br />

quando a bordo havia passageiros ou tripulantes protestantes" 48 . Para um período mais<br />

tardio (1786-1799), já dispomos <strong>da</strong> enumeração dos navios saídos pelo Brasil ao serviço<br />

<strong>da</strong> Companhia <strong>da</strong> Agricultura <strong>da</strong>s Vinhas do Alto Douro, na situação privilegia<strong>da</strong> pela<br />

concessão do mo<strong>no</strong>pólio pombali<strong>no</strong>: os números oscilam, então, entre os 25 e os 42<br />

navios anuais, a grande maioria com desti<strong>no</strong> aos diversos <strong>porto</strong>s brasileiros - Rio de<br />

Janeiro, Baía, Pernambuco, Maranhão- segundo <strong>da</strong>dos apresentados por Pinto Ferreira 49 .<br />

Entre 1796-1800, segundo Borges de Macedo, a média anual de navios entrados na barra<br />

do Douro, na totali<strong>da</strong>de, seria de 417 50 .<br />

Um quadro mais sistemático e extensivo do movimento <strong>da</strong> barra do Douro é-<strong>no</strong>s<br />

fornecido por Cândido dos Santos, com base <strong>no</strong>s livros de "Portagem e Redízima" do<br />

Cabido <strong>da</strong> Sé do Porto, depositados <strong>no</strong> Arquivo Distrital 51 . Assim, para o período de<br />

1681-1705, o número médio anual de saí<strong>da</strong>s para o Brasil foi de 16 navios, o que<br />

número de mercadores com interesses neste comércio. Vejam-se aqueles números anuais, para 1786: 3o<br />

mil centos de varas de pa<strong>no</strong> de linho; 400 mil chapéus, etc.<br />

48 RAU, Vírginia, "O Movimento <strong>da</strong> Barra do Douro durante o Século XVIII: uma Interpretação", Boletim<br />

Cultural, vol. XXI, fascs. 1-2, Porto, Câmara Municipal, 1958, pp. 5-27 ( Cf. <strong>no</strong>ta pág. 25). Cf. ain<strong>da</strong><br />

MACEDO, Jorge Borges, Problemas de História <strong>da</strong> Indústria Portuguesa <strong>no</strong> Século XVIII, Lisboa,<br />

Querco, 2º edição, 1982, pp.194 e 206<br />

49 Cf. FERREIRA, J.A. Pinto, "A Eco<strong>no</strong>mia do Vinho e o Crescimento do Porto, <strong>no</strong>s séculos XVII ao<br />

XIX", in ACADEMIA PORTUGUESA DE HISTÓRIA, O vinho na História Portuguesa, séculos XIII-<br />

XIX- ciclo de conferências, Porto, Fun<strong>da</strong>ção Engº António de Almei<strong>da</strong>, 1983, pp. 241-315<br />

50 Ob.cit., p. 206.<br />

51 Cf. SANTOS, Cândido dos, "Para a História do Comércio Português - movimento <strong>da</strong> saí<strong>da</strong> de barcos<br />

pela barra do Douro de 1681 a 1705 e de 1777 a 1801", Boletim Cultural <strong>da</strong> Câmara Municipal do Porto,<br />

2ª série, vol. 2, 1984, pp. 123 - 237.

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