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emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

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Jorge Fernandes Alves – Os Brasileiros, Emigração e Retor<strong>no</strong> <strong>no</strong> Porto Oitocentista<br />

me<strong>no</strong>r, e, neste último caso, se estiver entre os 14-21 a<strong>no</strong>s ter prestado fiança ao<br />

recrutamento.<br />

Trata-se, pois, de uma recuperação legislativa, com pequenas a<strong>da</strong>ptações aos <strong>no</strong>vos<br />

tempos. De resto, os problemas com colo<strong>no</strong>s continuam, visando particularmente o Porto,<br />

<strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 1864: são avisos do gover<strong>no</strong> contra a "Associação Central de Colonisação" que<br />

não possue proprie<strong>da</strong>des rurais mas contrata ao arrepio <strong>da</strong> lei e chega a alugar a terceiros os<br />

serviços dos engajados 49 ; contra indivíduos que vem do Brasil e voltam levando me<strong>no</strong>res<br />

com desti<strong>no</strong> a fazendeiros do interior, pelos quais recebem dinheiro 50 ; ou recomen<strong>da</strong>ções<br />

sobre os passaportes para me<strong>no</strong>res, pedindo maior explicitação nas declarações de<br />

consentimento, <strong>da</strong>do terem ido na barca "Monteiro 2º" me<strong>no</strong>res sem indicação de<br />

protecção51 .<br />

Em 1877, surgem pequenas alterações ao Regulamento anterior, embora sejam na<br />

sua maior parte destina<strong>da</strong> à situação dos estrangeiros que entram em Portugal. No campo<br />

<strong>da</strong>s saí<strong>da</strong>s, são dispensa<strong>da</strong>s as visitas policiais aos navios que procedem <strong>da</strong> Europa e<br />

extintas as delegações dos <strong>porto</strong>s do Porto e Lisboa, <strong>no</strong>rmalmente acusa<strong>da</strong>s de<br />

permissivi<strong>da</strong>de e conivência <strong>no</strong>s processos de clandestini<strong>da</strong>de, passando as visitas a ser <strong>da</strong><br />

responsabili<strong>da</strong>de directa dos gover<strong>no</strong>s civis52 .<br />

Pouco depois, <strong>no</strong>vo diploma alarga a fiança ao recrutamento a todo o indivíduo de<br />

i<strong>da</strong>de inferior aos 22 a<strong>no</strong>s, excepto se emigrarem até aos 14 a<strong>no</strong>s na companhia dos pais,<br />

tentando contornar o fenóme<strong>no</strong> <strong>da</strong> antecipação <strong>da</strong>s parti<strong>da</strong>s que a legislação anterior<br />

favorecia53 . Por outro lado, favorece o <strong>retor<strong>no</strong></strong> aos maiores de 26 a<strong>no</strong>s, que podiam passar a<br />

pagar a remissão militar sem o agravamento inerente aos refractários, a qual era de 3/5<br />

sobre a taxa <strong>no</strong>rmal. Extingue o privilégio dos vapores considerados como paquetes, que<br />

estavam isentos <strong>da</strong>s obrigações inerentes ao transporte de colo<strong>no</strong>s (fiança e fiscalização de<br />

higiene/mantimentos/facultativo), o que se tornava imperioso numa altura em que os<br />

veleiros já quase não faziam sentido nas viagens transatlânticas e cediam o lugar àqueles.<br />

Por outro lado, insiste-se <strong>no</strong> projecto de colonização de África: "É autorizado o gover<strong>no</strong> a<br />

despender as sommas que lhe forem necessarias para transportar ás <strong>no</strong>ssas possessões de<br />

Africa os indivíduos que para ali se quizerem dirigir, ministrando-lhes os meios para o<br />

primeiro estabelecimento agricola, comtanto que se obriguem a residir em qualquer <strong>da</strong>s<br />

colónias de Africa pelo me<strong>no</strong>s por espaço de cinco an<strong>no</strong>s" 54 .<br />

49 Portaria de 28 de Janeiro de 1864 (D.L., nº 26 de 4 de Fevereiro).<br />

50 Portaria de 9 de Março de 1864 (D.L. nº 56 de 11 de Março).<br />

51 Ibidem e ain<strong>da</strong> Portaria de 5 de Abril de 1864 (D.L., nº 75 de 6 de Abril).<br />

52 Lei de 17 de Março de 1877.<br />

53 Lei de 28 de Março de 1877.<br />

54 Lei de 28 de Março de 1877 (D. G., nº 74 de 4 de Abril). A partir <strong>da</strong>qui há uma numerosa legislação<br />

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