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emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

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Jorge Fernandes Alves – Emigração e Retor<strong>no</strong> <strong>no</strong> Porto Oitocentista 204<br />

veem creados e crea<strong>da</strong>s, aprendizes d'officio, assim como caixeiros a tentar a carreira<br />

mercantil e formar a grande maioria <strong>da</strong> classe commercial" 25 .<br />

Naturalmente que há razões funcionais para esta fixação urbana dos de origem<br />

mais longínqua, os quais vêm ganhar a vi<strong>da</strong> na ci<strong>da</strong>de, enquanto muitos habitantes dos<br />

concelhos limítrofes sobrevivem na relação quotidiana com os citadi<strong>no</strong>s, trazendo<br />

regularmente os seus produtos ou serviços (padeiros, vendedores de hortaliças,<br />

carreteiros, etc), per<strong>no</strong>itando quando for caso disso (operários <strong>da</strong> construção e mesmo de<br />

algumas fábricas), mas não necessitando de aqui se domiciliar. O Inquérito Industrial de<br />

1881, levanta o véu sobre a procura de operários ferreiros <strong>no</strong> interior, num processos que<br />

se pode generalizar a outras profissões:<br />

"Para que a familia, as amisades não distrahiam o aprendiz do seu officio, o<br />

mestre não os quer <strong>da</strong> locali<strong>da</strong>de: vem todos de Traz os Montes, em creanças. São<br />

hospe<strong>da</strong>dos e alimentados, mas não vencem na<strong>da</strong> <strong>no</strong>s tres a cinco an<strong>no</strong>s que a<br />

aprendizagem dura" 26 .<br />

De qualquer modo, está, de alguma forma, quantificado o volume <strong>da</strong> imigração<br />

acumula<strong>da</strong>, que decorreu ao longo dos a<strong>no</strong>s e aí permanece a 1 de Dezembro de 1890: de<br />

cerca de meio milhão de habitantes do distrito do Porto, quase 65000 são de origem<br />

exterior ao espaço referido, volume que só por si quase compensa a <strong>emigração</strong> <strong>da</strong>s duas<br />

déca<strong>da</strong>s anteriores. Embora não se conheçam as oscilações cro<strong>no</strong>lógicas deste fluxo<br />

imigratório, salvo estudos de porme<strong>no</strong>r (já documentámos atrás a dos galegos), fica<br />

evidencia<strong>da</strong> a importância <strong>da</strong> contra-corrente <strong>da</strong> imigração numa região de forte<br />

<strong>emigração</strong>.<br />

5.2- O Brasil como desti<strong>no</strong><br />

Sendo conhecido o carácter maioritário do desti<strong>no</strong> brasileiro na <strong>emigração</strong><br />

portuguesa, importa quantificar essa componente <strong>no</strong> conjunto do fluxo e discernir<br />

eventuais alternativas <strong>no</strong> caso específico do Porto (vd. Anexos 5.1 e 5.2).<br />

Deve referir-se que a fonte utiliza<strong>da</strong>, os registos de passaporte, aglomera todo o<br />

tipo de saí<strong>da</strong>s do Rei<strong>no</strong>, independentemente dos projectos que lhe estão associados,<br />

25 JORGE, Ricardo, Demographia e Hygiene <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de do Porto, I - Clima, População, Mortali<strong>da</strong>de,<br />

Porto, Câmara do Porto, 1899, p.155.<br />

26 Comissão Directora do Inquerito Industrial, Inquerito Industrial de 1881, Segun<strong>da</strong> parte, Visita às<br />

Fabricas, Livro Segundo, Lisboa, Imprensa Nacional, 1881, p. 36.

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