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emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

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Jorge Fernandes Alves – Os Brasileiros, Emigração e Retor<strong>no</strong> <strong>no</strong> Porto Oitocentista 333<br />

22 de Agosto de 1860, que obrigava à solicitação de autorização para funcionamento e<br />

publicação dos balancetes.<br />

Do resultado do inquérito concluía o barão de Cotegipe, que "não são agências<br />

propriamente ditas de nenhum banco as que como tais se annunciam n'esta côrte; mas<br />

sim casas commerciaes que, incluindo em suas transacções a de passarem dinheiro para<br />

Portugal por meio de commissão, se dizem agencias de bancos, a fim de inspirarem<br />

maior confiança ao publico, quando taes bancos limitam-se a pagar as letras e cartas de<br />

ordem que os sacadores do Rio de Janeiro dão sobre elles, uma vez que sejam<br />

acompanha<strong>da</strong>s de cambiaes em valor suficiente para cobrirem taes saques."<br />

Limitavam-se as relações entre os bancos e os ditos agentes a "cartas de<br />

convenção" ou, em alguns casos, a procurações, pelo que não havia qualquer<br />

transferência de capital <strong>da</strong> matriz do banco para a "agência" do Brasil, limitando-se esta a<br />

emitir saques contra o banco, <strong>da</strong>r cartas de crédito e estabelecer mesa<strong>da</strong>s, pagar saques do<br />

mesmo banco, fazer operações de câmbio <strong>no</strong>s momentos favoráveis, cobrando, em geral,<br />

uma comissão de 1%. Por isso, as contas respectivas surgiam mistura<strong>da</strong>s <strong>no</strong>s livros<br />

oficiais <strong>da</strong> casa com as restantes operações comerciais, embora algumas tivessem<br />

paralelamente livros próprios para as operações bancárias, de forma a facilitar o seu<br />

controlo. Dos relatos <strong>da</strong>s vistorias a ca<strong>da</strong> casa, podem tirar-se algumas ilações,<br />

referindo-<strong>no</strong>s agora àquelas cuja informação é mais significativa:<br />

Banco Aliança do Porto - representado, desde 1874, pela firma alemã<br />

Backheuser & Meyer, na rua General Câmara, nº 65, uma casa de importações,<br />

exportações e comissões. Limitavam-se a receber juros de apólices e acções de<br />

companhias por conta do banco ou de seus comitentes, para o que recebiam as<br />

respectivas procurações.<br />

Banco Comercial de Viana - casa Fonseca & Cunha, na rua do Rosário, nº 112,<br />

escritório e armazém de molhados. Emitiu saques entre 22 de Novembro de 1873 e 21 de<br />

Agosto de 1876, por ordem <strong>da</strong> matriz, <strong>da</strong><strong>da</strong> a suspensão e pedido de moratória em face <strong>da</strong><br />

crise vivi<strong>da</strong> em Portugal. Tinham procuração para emitir saques sobre o banco e suas<br />

agências em Espanha, França e outros países. Nesses quase três a<strong>no</strong>s, a "agência" sacou<br />

um total de 11526 contos, em moe<strong>da</strong> brasileira, assim distribuídos: Portugal e Ilhas -<br />

9545 contos; França e Itália - 1710 c.; Espanha - 269 c., o que <strong>no</strong>s mostra a diversi<strong>da</strong>de<br />

de caminhos do dinheiro <strong>da</strong> <strong>emigração</strong>. O gosto pela aplicação em fundos de dívi<strong>da</strong><br />

pública estrangeira levava algumas remessas directamente para os países em causa,<br />

podendo esse capital e sua reprodução chegar mais tarde a Portugal, total ou<br />

parcialmente. Da<strong>da</strong> a baixa de câmbio, a agência tinha em seu poder, na altura do<br />

inquérito, cerca de 263 contos, à espera de altura mais favorável.

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