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emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

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Jorge Fernandes Alves – Emigração e Retor<strong>no</strong> <strong>no</strong> Porto Oitocentista 202<br />

prolongados de me<strong>no</strong>r punção demográfica, com as déca<strong>da</strong>s de 60 e 80 a não irem além<br />

de 6‰, numa alternância compensadora.<br />

Mas qualquer aproximação entre os níveis do crescimento anual médio, atrás<br />

avaliados, e as variáveis microdemográficas leva rapi<strong>da</strong>mente à conclusão de que à<br />

dinâmica populacional do Porto <strong>oitocentista</strong> era indispensável a centripetação<br />

demográfica, isto é, a imigração, pela entra<strong>da</strong> de estrangeiros, pela via do <strong>retor<strong>no</strong></strong> e pelas<br />

migrações internas, onde o êxodo rural teve naturalmente um papel decisivo. Voltaremos<br />

à questão do <strong>retor<strong>no</strong></strong>, em capítulo posterior. Para já, neste domínio <strong>da</strong> imigração, vamos<br />

recorrer ao censo de 189023 , o primeiro a conter alguma informação sobre as<br />

naturali<strong>da</strong>des dos residentes, permitindo focar, ain<strong>da</strong> que superficialmente, as questões<br />

<strong>da</strong> mobili<strong>da</strong>de interna e dos estrangeiros, a nível concelhio (Quadro 5.4).<br />

Os espaços concelhios não obedecem a pressupostos de racionali<strong>da</strong>de regional,<br />

pois, tal como os distritos, são meras circunscrições administrativas, e embora possa<br />

haver, por tradição, uma homogenei<strong>da</strong>de de natureza territorial e funcional, basta lembrar<br />

a <strong>da</strong>nça dos concelhos <strong>no</strong> século passado para evidenciar o elevado grau de arbitrarie<strong>da</strong>de<br />

então prevalecente. Assim, não admira que os movimentos de população atravessem as<br />

linhas imaginárias <strong>da</strong>s circunscrições, principalmente para os indivíduos que não estão<br />

fixados à terra, os quais procuram rumar aos locais aonde o mercado de trabalho seja<br />

mais favorável.<br />

A análise por concelhos revela-<strong>no</strong>s que se alguns apresentam percentagens muito<br />

eleva<strong>da</strong>s de naturais <strong>da</strong> terra24 , outros existem que são muito receptívos a forasteiros. Os<br />

concelhos do interior (Baião, Amarante, Marco de Canavezes) são os que me<strong>no</strong>s atraem a<br />

gente do exterior, apresentando níveis superiores a 95% de conterrâneos <strong>no</strong> total <strong>da</strong> sua<br />

população.<br />

23 Cf. Censo <strong>da</strong> População do Rei<strong>no</strong> de Portugal <strong>no</strong> 1º de Dezembro de 1890, vol.I, Lisboa, Imprensa<br />

Nacional, 1896, pp. 14-15.<br />

24 Pela natureza <strong>da</strong> fonte de informação, a análise ig<strong>no</strong>ra os movimentos intra-concelhios, com deslocações<br />

entre as várias freguesias.

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