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emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

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Jorge Fernandes Alves – Emigração e Retor<strong>no</strong> <strong>no</strong> Porto Oitocentista 261<br />

forneci<strong>da</strong> a partir de 1855 pelo Governador Civil <strong>no</strong>s relatórios apresentados à Junta teria<br />

como base de quantificação os contratos anexos aos processos e, especialmente, as listas<br />

de embarque, mas tanto umas como outras não existiam <strong>no</strong> Arquivo à <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> sua<br />

inventariação 96 , devendo ter sido destruídos, <strong>da</strong>do o volume que tais processos<br />

acarretavam.<br />

Assim, os números recolhidos através dos "registos de passaportes" dão-<strong>no</strong>s uma<br />

imagem que já é, sem dúvi<strong>da</strong>, de declínio do movimento de engajados (Quadro 5.13),<br />

embora este ain<strong>da</strong> fosse significativo para as zonas rurais acima menciona<strong>da</strong>s, em<br />

especial para o distrito de Braga, que tem uma presença maciça <strong>no</strong>s "vistos"<br />

mencionados.<br />

Quadro 5.13 - Emigração do Porto - os "engajados"<br />

A<strong>no</strong>s Emigrantes Engajados % Engajados<br />

l859 2998 381 12,7<br />

l860 2438 263 10,8<br />

l861 2582 271 10,5<br />

l862 2490 46 1,8<br />

l863 2443 73 3,0<br />

l864 2180 24 1,1<br />

Não podemos esquecer, <strong>no</strong> entanto, que este era uma componente emigratória de<br />

grande clandestini<strong>da</strong>de, não porque não fosse requerido o passaporte, mas,<br />

principalmente, porque se declarava ter pago a viagem e se apresentava o respectivo<br />

recibo, fornecido pelo transportador, para evitar as dificul<strong>da</strong>des burocráticas que a lei<br />

impunha aos "colo<strong>no</strong>s". Embora estes só se tornassem um problema administrativo a<br />

partir de 1855, na sequência <strong>da</strong> legislação anteriormente analisa<strong>da</strong>, e por isso as primeiras<br />

<strong>no</strong>tícias estatísticas <strong>da</strong>tarem dessa altura, <strong>no</strong>tícias avulsas dizem-<strong>no</strong>s que a prática de<br />

"engajamento" que, desde 1836, era comum nas Ilhas, estava já fortemente dissemina<strong>da</strong><br />

<strong>no</strong> Norte de Portugal em 1853, como o atestam vários escân<strong>da</strong>los referidos em capítulo<br />

anterior. O seu início, porém, deve ter sido bastante anterior, ain<strong>da</strong> que de uma forma<br />

pouco intensa.<br />

96 Salvo alguns exemplares esporádicos, tanto de processos como de listas de embarque (alguns processos<br />

de passaportes, por exemplo, foram para o Arquivo Distrital, aonde existe um fundo do Gover<strong>no</strong> Civil).<br />

Para 1860-62, os cômputos de passageiros e colo<strong>no</strong>s embarcados em ca<strong>da</strong> navio podem encontrar-se <strong>no</strong>s<br />

Copiadores de correspondência expedi<strong>da</strong> para o Ministério do Rei<strong>no</strong>, nºs 946-948. Esta informação já foi<br />

por nós utiliza<strong>da</strong>: cf. ALVES, Jorge Fernandes, "Emigração Portuguesa: o exemplo do Porto <strong>no</strong>s meados<br />

do século XIX", Revista de História, Centro de História <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de do Porto, vol. IX, Porto, 1989,<br />

pp. 267 - 289.

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