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emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

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Jorge Fernandes Alves – Os Brasileiros, Emigração e Retor<strong>no</strong> <strong>no</strong> Porto Oitocentista<br />

Tendo em conta os <strong>da</strong>dos apresentados por Carvalho, a distribuição <strong>da</strong>s colónias<br />

por províncias, até 1875, era a seguinte: Rio Grande do Sul - 31; Santa Catarina -10; Paraná<br />

-8; S. Paulo - 57; Rio de Janeiro - 10; Minas Gerais - 3; Espírito Santo - 5; Baía 9;<br />

Pernambuco -2; Piauhy - 3; Maranhão - 6; Pará - 5; Amazonas -2. 79 . Sublinhe-se, <strong>no</strong><br />

entanto, para evitar reducionismos e generalizações, que os imigrantes rurais não chegavam<br />

todos ao Brasil na condição de colo<strong>no</strong>s ou contratados e, portanto, uma grande parte não<br />

estava sujeita à lei de 1837.<br />

Pelo contrário, muitos partiam como emigrantes livres, pois também havia um<br />

mercado rural para este tipo de trabalhadores. Em S. Paulo, segundo Augusto de Carvalho,<br />

era vulgar a contratação de homens livres como camara<strong>da</strong>s, colo<strong>no</strong>s, jornaleiros e<br />

empreiteiros . Os camara<strong>da</strong>s eram <strong>no</strong>rmalmente solteiros, contratados para todo o serviço<br />

ou para "tropeiro" ou "arreiador", por tempo indeterminado, recebendo casa, sustento e um<br />

ordenado de 10$ a 20$ rs mensais; os colo<strong>no</strong>s, na maioria casados ou viúvos, contratavamse<br />

para a cultura e colheita do café, com moradia e horta; os jornaleiros satisfaziam as<br />

necessi<strong>da</strong>des de momento, às vezes exigindo-se especialização na construção, carpintaria,<br />

etc., com salários diários de 2$ a 10$rs; os empreiteiros tomam por empreita<strong>da</strong> a<br />

preparação de terre<strong>no</strong>s, plantação, trato e colheita de café e algodão, roça<strong>da</strong>s, derruba<strong>da</strong>s e<br />

queima<strong>da</strong>s80 .<br />

Os resultados obtidos com a colonização divergiram muito entre os vários<br />

estabelecimentos, desde os que floresceram e deram origem a <strong>no</strong>vas povoações, até aos que<br />

soçobraram <strong>no</strong> arranque, ou aos que sofreram sucessivas transformações, numa tentativa de<br />

sobrevivência. Erros de administração, prepotências, fugas de colo<strong>no</strong>s, má situação<br />

geográfica por isolamento, sem possibili<strong>da</strong>des de escoamento <strong>da</strong> produção para o mercado,<br />

alguns problemas sanitários, improviso na recepção e abando<strong>no</strong> frequente dos colo<strong>no</strong>s,<br />

insistência na "parceria", o que impedia o acesso à proprie<strong>da</strong>de, objectivo fun<strong>da</strong>mental para<br />

o europeu, bem como alongamento dos prazos de adscrição à colónia, são algumas <strong>da</strong>s<br />

muitas razões aponta<strong>da</strong>s para que o processo não se tenha tornado numa eficaz solução para<br />

o problema de ocupação dos espaços vazios e sua rentabilização81 . Por isso, diversas<br />

comissões forma<strong>da</strong>s para estu<strong>da</strong>r os resultados do processo, confrontados com resultados<br />

79 Cf. CARVALHO, A., ob. cit., mapa final. A quantificação apresenta<strong>da</strong> refere-se ao período 1812-1875.<br />

Spindel refere um me<strong>no</strong>r número de colónias, apenas 108 entre os a<strong>no</strong>s de 1829-1890 (Ob.cit., p. 54).<br />

80 CARVALHO, A., ob. cit., mapa final.<br />

81 Cf. SOUSA, J.C.M, ob. cit.; JAHN, A. ob. cit.; AZAMBUJA, Bernardo Augusto Nascentes de, Relatório<br />

sobre as Províncias ao Sul <strong>da</strong> Bahia apresentado ao Ministério <strong>da</strong> Agricultura, Commercio e Obras Públicas<br />

em 28 de Dezembro de 1872, Rio de Janeiro, Typographia Nacional, 1874; REGO FILHO, José Pereira, O<br />

Brazil e os Estados Unidos na Questão <strong>da</strong> Immigração, Rio de Janeiro, Typographia Nacional, 1884.<br />

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