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emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

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Jorge Fernandes Alves – Emigração e Retor<strong>no</strong> <strong>no</strong> Porto Oitocentista 265<br />

Grande do Sul, embora em pequena escala. Enfim, uma imagem com algumas afini<strong>da</strong>des<br />

e especifi<strong>da</strong>des em relação aos restantes grupos : predominância dos jovens do sexo<br />

masculi<strong>no</strong> e solteiros, tal como a maioria <strong>da</strong> <strong>emigração</strong>, mas mais analfabeta e com<br />

me<strong>no</strong>r diversi<strong>da</strong>de sócio-profissional. Características que se conjugam com o perfil do<br />

colo<strong>no</strong> já traçado por Maria Antonieta Cruz 104 .<br />

Nem todos os fazendeiros procediam do modo do Barão de Nova Friburgo,<br />

dinamizando redes tão vastas de angariação de colo<strong>no</strong>s. Muitos deles esperavam a<br />

chega<strong>da</strong> dos navios para os contratar, e, depois, uma agência cria<strong>da</strong> com o apoio do<br />

gover<strong>no</strong> brasileiro, que lhe concedia 37$500 rs. de subvenção por ca<strong>da</strong> colo<strong>no</strong> entrado <strong>no</strong><br />

Brasil, encarregar-se-á de os colocar <strong>no</strong> mercado de trabalho, contratando-os na origem e<br />

cedendo-os a terceiros - foi a Agência Central de Colonização, que chegou a ter à sua<br />

frente o Barão de Mauá, <strong>no</strong>rmalmente apontado como a figura mais empreendedora do<br />

capitalismo brasileiro <strong>da</strong> época105 , comerciante, banqueiro, construtor de navios e o<br />

animador do caminho-de-ferro, que não podia deixar de se aperceber <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de<br />

mão-de-obra europeia em quanti<strong>da</strong>de para o desenvolvimento brasileiro, <strong>no</strong>mea<strong>da</strong>mente<br />

para o surto de obras públicas dos a<strong>no</strong>s 50. Mas essa cedência dos colo<strong>no</strong>s a terceiros,<br />

depois de muita polémica, a que se juntou a fuga permanente à oficialização dos<br />

contratos <strong>no</strong> consulado, levou o gover<strong>no</strong> português a interditar os contratos feitos em<br />

Portugal para aquela agência, aspecto a que já <strong>no</strong>s referimos <strong>no</strong> capítulo anterior.<br />

Ao chegar ao Brasil, o colo<strong>no</strong> ia, pois, carregado com uma dívi<strong>da</strong>. No caso dos<br />

"engajados" pela Associação Central de Colonização, e segundo o seu presidente em<br />

discurso ao parlamento brasileiro, essa dívi<strong>da</strong> esquematizava-se do seguinte modo106 :<br />

104 Ob. cit., pp. 42-68.<br />

105 Cf. Graham, Richard, "1850-1870", in BETHELL, Leslie, Brazil - Empire and Republic, 1822-1930,<br />

Cambridge Univedrsity Press, 1989, pp. 113 -160.<br />

106 Segundo transcrição em O Commercio do Porto, nº 272, de 22 de Novembro de 1859.

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