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emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

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Jorge Fernandes Alves – Os Brasileiros, Emigração e Retor<strong>no</strong> <strong>no</strong> Porto Oitocentista 308<br />

o primeiro dos questionários referidos. Existem igualmente as respostas ao segundo<br />

questionário, mas <strong>da</strong><strong>da</strong> a sua informação muito breve, apenas de natureza quantitativa,<br />

limitar-<strong>no</strong>s-emos a apresentar os respectivos <strong>da</strong>dos num dos quadros-resumo.<br />

Naturalmente que há critérios divergentes <strong>no</strong> preenchimento dos inquéritos. Alguns<br />

administradores incluiram repatriados sem fortuna <strong>no</strong> primeiro mapa, outros reservaram<strong>no</strong>s<br />

para o segundo. Uns incluem indivíduos que reemigraram ou que estão em Portugal<br />

mas ausentes do respectivo concelho (geralmente <strong>no</strong> Porto). Alguns citam pequenas<br />

"fortunas", inferiores a 100$000 réis, outros, como o de Gondomar, incluem os de<br />

riqueza até 1000$000 <strong>no</strong>s pobres e reservam o primeiro mapa para os de grande fortuna,<br />

necessariamente poucos23 . Por outro lado, sublinhe-se que os valores apontados são<br />

valores presumidos, isto é, dão-<strong>no</strong>s uma ideia <strong>da</strong> fortuna que a opinião pública atribuía,<br />

sem qualquer garantia <strong>da</strong> confirmação do visado, funcionando como uma avaliação<br />

externa dos sinais de riqueza.<br />

Aceitando os riscos desta informação muito volúvel, julgamos, mesmo assim, que<br />

ela pode aju<strong>da</strong>r-<strong>no</strong>s a construir uma ideia do brasileiro <strong>oitocentista</strong>, a partir de um<br />

peque<strong>no</strong> conjunto de variáveis, esboçando uma distribuição geográfica e atribuindo-lhe<br />

um perfil muito genérico, ain<strong>da</strong> que baseados em <strong>da</strong>dos grosseiros.<br />

6.2.1 - Dispersão<br />

Segundo a conglomeração dos <strong>da</strong>dos dos diversos mapas (Quadro 6.4), pode<br />

obter-se uma primeira imagem do <strong>retor<strong>no</strong></strong>, para cerca de milhar e meio de indivíduos.<br />

Nesse universo, a distribuição entre os afortunados e os "sem fortuna" é a de,<br />

praticamente, 50% para ca<strong>da</strong> lado, pois se os <strong>da</strong>dos de Gondomar indicam indivíduos<br />

com alguma riqueza <strong>no</strong> segundo grupo, há compensação porque outros concelhos referem<br />

indivíduos pobres <strong>no</strong> primeiro grupo. Uma observação por concelhos, mostra um grande<br />

desequilíbrio nesta apreciação, facto que atribuímos em parte à posição do informador (o<br />

administrador do concelho) sobre o fenóme<strong>no</strong> emigratório, mas também à reali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s<br />

situações.<br />

Concelhos como Bouças, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Paredes, Penafiel,<br />

aonde a <strong>emigração</strong> tradicional tinha tradicionalmente mais peso, sendo uma prática<br />

bastante mais antiga, e por isso podendo tirar mais proveito <strong>da</strong>s redes familiares e de<br />

amizade, surgem com uma imagem mais favorável, predominando os afortunados sobre<br />

23 O caso de Gondomar é claramente um problema burocrático: o primeiro mapa exige uma referência<br />

<strong>no</strong>minal, o segundo pede apenas o número anual dos regressados, pelo que a meia folha forneci<strong>da</strong> tornarse-ia<br />

numa listagem de cerca de 400 <strong>no</strong>mes, com diversas questões.

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