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emigração e retorno no porto oitocentista - Repositório Aberto da ...

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Jorge Fernandes Alves – Os Brasileiros, Emigração e Retor<strong>no</strong> <strong>no</strong> Porto Oitocentista<br />

Quadro 4.3 - Preços <strong>da</strong>s Remissões Militares<br />

1856-1871<br />

A<strong>no</strong> Substituições P/ refractários<br />

1856 60$000 96$000<br />

1857 72$000 115$200<br />

1858 76$000 121$600<br />

1859 87$100 139$360<br />

1860 86$100 137$360<br />

1861 76$800 122$880<br />

1862 123$006 196$809<br />

1863 139$000 222$400<br />

1864 150$000 240$000<br />

1865 150$000 240$000<br />

1866 150$000 240$000<br />

1867 181$000 289$600<br />

1868 269$000 430$400<br />

1869 123$300 197$280<br />

1870 71$025 113$640<br />

1871 70$023 112$036<br />

Fontes : Código Administrativo, ob. cit., pp.115-6<br />

Primeiro Inquérito Parlamentar... 1873, p. 201<br />

Estes preços ganham mais significado se tivermos em consideração que os salários<br />

evoluem de forma muito lenta. Para 1856, os salários <strong>no</strong>s trabalhos rurais oscilam, <strong>no</strong>s<br />

diversos concelhos do distrito do Porto, entre os 140-200 réis e os dos carpinteiros entre<br />

240-300 réis; em 1860, para as mesmas profissões, a oscilação apresenta o leque de 180-<br />

260 réis e 280-340 réis, respectivamente 111 . Considerando os salários mais elevados,<br />

verifica-se que, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 1856, seria necessário a um jornaleiro o rendimento bruto de<br />

300 dias úteis de trabalho para comprar um substituto, o que na prática se prolongaria por<br />

mais de dois a<strong>no</strong>s, na hipótese, absolutamente inviável, de não haver despesas de consumo;<br />

em 1860, a situação agravava-se para 331 dias de trabalho. O carpinteiro tinha<br />

perspectivas um pouco melhores, correspondendo o mesmo a 200 dias (subindo para 252<br />

em 1860), o que, na prática também se revelava impossível de conseguir. Logo, o processo<br />

<strong>da</strong>s substituições/remissões apresentava uma indesmentível co<strong>no</strong>tação de classe, só estando<br />

ao alcance dos mancebos que tinham na rectaguar<strong>da</strong> um grande apoio familiar, em termos<br />

económicos. Por isso, como reconhecia o governador civil, "quasi todos os mancebos, que<br />

111 Cf. Relatório apresentado à Junta Geral do Districto do Porto..., para os diferentes a<strong>no</strong>s.<br />

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