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Cálculo Numérico - Engenharia Civil UEM

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CAPÍTULO 13. SOLUÇÃO NUMÉRICA DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS PARCIAIS 430<br />

mente distintas: A fase de modelagem, isto é a construção de um conjunto de equações matemáticas que<br />

reputamos representar os fenômenos e os processos modelados. A segunda fase de solução desse conjunto<br />

de equações, normalmente utilizando técnicas de discretização numérica e um computador e finalmente a<br />

fase de interpretação dos resultados face às características do problema original. Esse é um processo complexo<br />

que exige do profissional um conjunto bastante amplo de habilidades; exige um bom conhecimento<br />

de engenharia para os ajustes finos do modelo desprezando complicações que não são fundamentais, um<br />

bom conhecimento de métodos numéricos para selecionar aquele que melhor adapta-se ao problema e<br />

finalmente um bom faro de detetive para analisar os resultados e interpretá-los à luz das restrições e<br />

características do problema. Este capítulo trata exclusivamente da segunda fase desse processo.<br />

É claro portanto que a solução do modelo matemático, ou seja, das equações representantes desse<br />

modelo, é fundamental para a compreensão do fenômeno modelado. Este é o papel da discretização das<br />

equações parciais, uma vez que, como já dissemos, uma solução analítica nem sempre está disponível;<br />

ou ela tem uma forma não prática ou é impossível de ser obtida. Assim os métodos numéricos são<br />

amplamente usados para a aproximação dessas soluções. A essência dos métodos numéricos está na representação<br />

discreta (finita) do problema que, em geral, é originalmente modelado como um contínuo.<br />

Essa discretização é que viabiliza o uso dos computadores no tratamento numérico das equações diferenciais.<br />

O objetivo deste capítulo é apresentar uma introducao à solução numérica de equações diferenciais<br />

parciais, através da discretização por diferenças finitas, enfatizando os principais conceitos com vistas às<br />

aplicações práticas. Nos restringiremos aos casos das equações parabólicas e elípticas, por serem mais<br />

adequados para a solução por diferenças finitas. No entanto, equações hiperbólicas também podem ser<br />

resolvidas por diferenças finitas, mas nesse caso temos que ser mais cuidadosos devido ao aparecimento<br />

de singularidades nas soluções.<br />

Por razões práticas e talvez também didáticas é costume na literatura classificar as equações diferenciais<br />

parciais em tres grupos distintos: Equações Parabólicas, Equações Elípticas e Equações Hiperbólicas.<br />

No caso de equações de segunda ordem em duas dimensões da forma:<br />

a(x, y)uxx + b(x, y)uxy + c(x, y)yyy + d(x, y, ux, uy, u) = 0 , (13.1)<br />

onde ux denota a derivada de u em relação à variàvel x e a, b, c e d são funções conhecidas, a classificação<br />

é feita em função do sinal do discriminante: ∆ = b 2 − 4ac.<br />

1. ∆ = 0 - Equação Parabólica,<br />

2. ∆ < 0 - Equação Elíptica,<br />

3. ∆ > 0 - Equação Hiperbólica.<br />

É claro que, como, a, b e c dependem de x, y, ∆ também depende e portanto o sinal de ∆ pode variar<br />

para diferentes valores de x e y, e nesse caso a equação muda de tipo no domínio de definição. De forma<br />

que é perfeitamente possível que uma mesma equação seja de um, dois ou mais tipos dependendo da<br />

região do domínio considerada.<br />

A classificação acima pode em princípio parecer irrelevante, mas de fato ela é de extrema importância,<br />

tanto do ponto de vista prático das aplicações quanto do ponto de vista da solução numérica. Na área<br />

de aplicações temos, por exemplo, que as equações elípticas são adequadas para modelar problemas de<br />

equilíbrio, as equações parabólicas problemas de difusão e as equações hiperbólicas problemas de convecção.<br />

Portanto a classificação constitui-se em um teste da adequação do modelo ao problema. Já

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