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Cálculo Numérico - Engenharia Civil UEM

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CAPÍTULO 13. SOLUÇÃO NUMÉRICA DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS PARCIAIS 461<br />

caracterizam-se pela propagação de suas propriedades físicas em todas as direções coordenadas indistintamente,<br />

ao contrário das equações parabólicas e hiperbólicas onde essas propriedades propagam-se em<br />

direções preferenciais. Daí porque as condições de fronteira de um problema elíptico são normalmente<br />

especificadas ao longo de toda a fronteira.<br />

Seja R uma região limitada do plano com fronteira ∂R. A equação<br />

a(x, y) ∂2u ∂x2 + 2b(x, y) ∂2u ∂x∂y + c(x, y)∂2 u<br />

= d<br />

∂y2 <br />

x, y, u, ∂u<br />

<br />

∂u<br />

,<br />

∂x ∂y<br />

(13.69)<br />

de acordo com a definição apresentada na seção 2.2 do capítulo 2 é elíptica em R se b 2 − ac < 0 para<br />

todo ponto (x, y) de R. Como já observado anteriormente uma equação diferencial como (13.69) necessita<br />

de condições iniciais e/ou de fronteria para constituir-se num problema bem posto. Isto ocorre porque,<br />

suponha que w seja uma solução da equação (13.69) com d ≡ 0, então v = u + αw será uma solução de<br />

(13.69) para qualquer valor de α, onde u é uma solução particular de (13.69). Esta observação indica a<br />

possibilidade de que a equação (13.69) sozinha tenha infinitas soluções e portanto precisamos de condições<br />

adicionais para assegurar unicidade.<br />

Imaginamos que não seja dificil para o leitor compreender a necessidade de um problema ter uma<br />

única solução para que seu tratamento numérico possa ser considerado. Não faria muito sentido tentar<br />

aproximar a solução de um problema para o qual não existe uma, ou que tenha uma infinidade delas,<br />

caso em que o método numérico ficaria totalmente indeciso sobre qual delas perseguir. De forma que<br />

parece claro que só tem sentido tentar resolver numéricamente um problema com solução única. Já a<br />

importância da continuidade em relação aos dados iniciais, para a solução numérica, pode não ser tão<br />

óbvia. Ocorre que quando resolvemos um problema numéricamente, estamos fazendo aproximações, e<br />

tudo se passa como se na verdade estivessemos resolvendo um outro problema cujos dados iniciais sofreram<br />

uma pequena perturbação. Se o problema não se comporta bem com relação à pequenas perturbações<br />

nesses dados, a solução numérica obtida será desastrosa.<br />

Vimos então a necessidade de que à equação (13.69) seja adicionada condições de fronteira e que essas<br />

condições de fronteira devem ser escolhidas de maneira a resultar em um problema bem posto. Felizmente,<br />

a maioria dos problemas que reclamam um tratamento numérico provêm de aplicações práticas e essas<br />

mesmas aplicações determinam as condições de fronteira, formando problemas bem postos.<br />

Três tipos de problemas distintos envolvendo a equação (13.69) podem ser destacados dependendo<br />

das condições de fronteira:<br />

• (i) o problema de Dirichlet, requer que a solução u de (13.69) seja conhecida sobre a fronteira ∂R,<br />

isto é,<br />

u(x, y) = f(x, y), (x, y) ∈ ∂R.<br />

• (ii) quando ∂u<br />

∂n<br />

é conhecida sobre ∂R, ou seja,<br />

∂u<br />

= g(x, y), (x, y) ∈ ∂R,<br />

∂n<br />

onde n é a normal externa à fronteira ∂R, o problema de valor de fronteira é conhecido como<br />

problema de Neumann.<br />

• (iii) o problema de Robbins ou misto, surge quando conhecemos<br />

onde α(x, y) > 0, β(x, y) > 0, (x, y) ∈ ∂R.<br />

α(x, y)u + β(x, y) ∂u<br />

= γ(x, y) sobre ∂R,<br />

∂n

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