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Untitled - Universidade do Minho

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Perío<strong>do</strong> Moderno. 4 Essas premissas reafirmam o carácter das Ordens seculares como espaços<br />

de catequese e difusão <strong>do</strong>s valores prega<strong>do</strong>s na reforma católica (cf. Livro 3, Cap. 6).<br />

Não somente a acirrada prática religiosa compunha o cotidiano <strong>do</strong>s terceiros<br />

franciscanos. A possiblidade de utilizar o hábito da Ordem, demonstran<strong>do</strong> publicamente a<br />

a<strong>do</strong>ção da religiosidade de São Francico, fazia parte da existência <strong>do</strong>s seculares. Contu<strong>do</strong>, a<br />

utilização dessa vestimenta deveria ser devidamente controlada pelos religiosos no intuito de<br />

evitar escândalos a instituição (cf. Livro 2, Cap. 4). A importância destinada a esse aspecto<br />

transparece na presença de um capítulo, entre as ordenações, dedica<strong>do</strong> a autorização<br />

necessária para o uso <strong>do</strong> hábito e sua forma de utilização. Como recomendavam os autores das<br />

ordenações, os hábitos para os homens “he huma tunica com mangas em forma de Cruz da cor<br />

da Ordem, e hum cordam: para as mulheres hum escapulario da mesma cor; e corda, o qual<br />

poderam trazer encuberto, ou descuberto, segun<strong>do</strong> sua vontade e <strong>do</strong>voçãm”. 5<br />

Trazer o hábito “descoberto” significava demonstrar na comunidade a pertença à<br />

Ordem. Para utilizar o hábito exterior cotidianamente era necessário fazer uma petição ao grupo<br />

gestor da Ordem Terceira, o qual juntamente com o padre comissário, avaliavam a conduta<br />

moral <strong>do</strong> requerente. Somente após analisar o pedi<strong>do</strong>, se autorizava a utilização <strong>do</strong> hábito<br />

franciscano. Esse controle exerci<strong>do</strong> sobre o uso <strong>do</strong>s hábitos se justificava, pois “a mayor parte<br />

da honra exterior da Terceira Ordem consiste no bom exemplo <strong>do</strong>s que trazem habito<br />

descuberto”. 6<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, nem to<strong>do</strong>s os irmãos seculares estavam autoriza<strong>do</strong>s a trazer o hábito<br />

exterior no seu cotidiano fato que denuncia a existência de diferenças entre os terceiros<br />

franciscanos, as quais materializavam-se na boa conduta moral daqueles que o envergavam.<br />

Outra importante atividade <strong>do</strong>s irmãos terceiros franciscanos consistia na comunhão. A<br />

Regra indicava alguns momentos importantes <strong>do</strong> calendário religioso nos quais recomendava-se<br />

4 A importância da educação e <strong>do</strong> ensino <strong>do</strong> Evangelho em escolas públicas e conventos das ordens religiosas para<br />

“defesa da fé católica e seu aumento” foi salienta<strong>do</strong> no concílio tridentino. O sacrosanto, e ecumenico Concilio de<br />

Trento e latim, e portuguez: dedica, e consagra aos excellentissimos e reveren<strong>do</strong>s senhores Arcebispos e bispos da<br />

Igreja Lusitana. Tomo I. Lisboa: Oficina de Francisco Luiz Ameno, 1781. p. 83.<br />

5 SÃO LUIS, António de; MONTE OLIVETE, Manoel <strong>do</strong> – Regra <strong>do</strong>s Irmãos Terceiros da Sancta, & veneravel Ordem<br />

Terceira da Penitencia…, p. 46.<br />

6 SÃO LUIS, António de; MONTE OLIVETE, Manoel <strong>do</strong> – Regra <strong>do</strong>s Irmãos Terceiros da Sancta, & veneravel Ordem<br />

Terceira da Penitencia…, p. 47.<br />

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