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Untitled - Universidade do Minho

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Neste senti<strong>do</strong>, observa-se que os gestores da Ordem atribuíam a <strong>do</strong>is irmãos a<br />

responsabilidade pela averiguação da vida <strong>do</strong>s candidatos. Os estatutos gerais para as Ordens<br />

Terceiras franciscanas portuguesas recomendavam a escolha de <strong>do</strong>is membros <strong>do</strong> sodalício<br />

para a averiguação da vida e costumes <strong>do</strong>s candidatos. 1128 Contu<strong>do</strong>, não é possível afirmar se<br />

seria sempre o mesmo número de pessoas destacadas para realizar esta tarefa entre os<br />

seculares, em São Paulo.<br />

Tanto José da Silva Brito quanto Pascoal Álvares de Araújo participavam ativamente na<br />

Mesa, na qual ocuparam, por mais de uma vez, o cargo de defini<strong>do</strong>r. Estes <strong>do</strong>is homens tinham<br />

também em comum a sua origem portuguesa. Eram provenientes da região <strong>do</strong> <strong>Minho</strong> e na<br />

cidade de São Paulo desenvolviam atividades ligadas ao comércio. 1129 Deste mo<strong>do</strong>, observa-se<br />

que o perfil <strong>do</strong>s irmãos escolhi<strong>do</strong>s para buscar informações sobre os pretendentes corresponde<br />

aqueles que participavam ativamente <strong>do</strong> órgão gestor. Irmãos que se destacavam no grupo de<br />

seculares e possuíam a confiança <strong>do</strong> restante <strong>do</strong>s mesários. Igualmente, atesta-se a importância<br />

<strong>do</strong>s emigrantes, naquele momento, na administração da Ordem Terceira.<br />

O <strong>do</strong>cumento compulsa<strong>do</strong> por José da Silva Brito e Pascoal Álvares de Araújo, a<br />

propósito da “limpeza de sangue” de Inácio Pedroso de Aveiro, confirmava a boa ascendência<br />

<strong>do</strong> candidato, permitin<strong>do</strong> a sua inclusão entre os noviços. Assim sen<strong>do</strong>, mesmo realizan<strong>do</strong> um<br />

procedimento mais cuida<strong>do</strong>so na averiguação <strong>do</strong> candidato, a condição de “exposto” não<br />

impossibilitava a entrada nas agremiações terciárias. Esta afirmação também se enquadra nos<br />

procedimentos de seleção da instituição bracarense, pois adentraram ao sodalício, durante o<br />

século XVIII, alguns “expostos” (cf. Livro 2, Cap. 3).<br />

Apesar de aceitar expostos entre seus componentes, a instituição paulistana excluía<br />

veementemente os homens de cor. Não há registros de candidatos recusa<strong>do</strong>s por esse motivo,<br />

porém, em 1771, quan<strong>do</strong> o irmão José Antônio da Silva se casou com uma mulata, os irmãos<br />

da Mesa lhe escreveram uma carta destacan<strong>do</strong> “que se desse matrimonio tiver filhos e eles<br />

1128 SÃO FRANCISCO, Luís de – Que contem tu<strong>do</strong> o que toca a origem, regra, estatutos, cerimonias, privilégios,<br />

progressos da sagrada Ordem terceira de nosso seraphico padre São Francisco. Lisboa: Oficina Miguel Deslandes,<br />

1684. P. 546.<br />

1129 Sobre os comerciantes em São Paulo leia-se BORREGO, Maria Aparecida de Menezes – A teia mercantil: negócios e<br />

poderes em São Paulo colonial (1711-1765). São Paulo: <strong>Universidade</strong> de São Paulo, 2006. Tese de Doutoramento.<br />

Policopiada. p. 40.<br />

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