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Untitled - Universidade do Minho

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Carmo deveriam realizar a procissão na sexta-feira da Paixão. Aos franciscanos estava<br />

determinada a comemoração em quarta-feira de Cinzas. 84<br />

Em São Paulo, a procissão de sexta-feira da Semana Santa, denominada <strong>do</strong> Triunfo, era<br />

realizada pelos irmãos terceiros carmelitas, desde finais <strong>do</strong> século XVII. 85<br />

Outra procissão indicada nas Constituições <strong>do</strong> Arcebispa<strong>do</strong>, para o perío<strong>do</strong> da<br />

Quaresma, decorria em dia de Cinzas, deven<strong>do</strong> ser patrocinada pelos franciscanos. A indicação<br />

da referida cerimônia na quarta-feira de Cinzas entre as disposições referentes às festividades da<br />

Semana Santa, na América portuguesa, no início <strong>do</strong> século XVIII, revela o reconhecimento desta<br />

celebração no quadro festivo da Quaresma. Ao mesmo tempo, ressalta a valorização <strong>do</strong>s devotos<br />

de São Francisco no cenário religioso da época. Neste senti<strong>do</strong>, no alvorecer de setecentos, os<br />

irmãos terceiros tinham garanti<strong>do</strong> o seu espaço no calendário comemorativo da Semana Santa.<br />

A procissão de Cinzas acontecia em distintos locais, tanto no reino quanto na América<br />

portuguesa. Nesta, entre os séculos XVII a XIX, os mora<strong>do</strong>res de Salva<strong>do</strong>r, Olinda, Ouro Preto,<br />

Marechal Deo<strong>do</strong>ro ou São Paulo assistiam ao cortejo <strong>do</strong>s seculares franciscanos abrin<strong>do</strong> a<br />

Quaresma. 86<br />

A preparação para a procissão de Cinzas ocupava sobremaneira os gestores das<br />

instituições terciárias, pois o evento incluía diversifica<strong>do</strong>s elementos, envolven<strong>do</strong> a participação<br />

de muitas pessoas.<br />

A relevância desta procissão foi destacada pelos administra<strong>do</strong>res da Ordem Terceira, de<br />

São Paulo, quan<strong>do</strong> salientaram a utilidade de se cuidar <strong>do</strong>s ornamentos e imagens da<br />

84 Constituições Primeiras <strong>do</strong> Arcebispa<strong>do</strong> da Bahia. Feitas e ordenadas pelo pelo Ilustríssimo e Reverendíssimo Senhor<br />

D. Sebastião Monteiro da Vide em 12 de junho de 1707..., p. 192.<br />

85 AOTSP, Livro II de termos, fl. 125; MARTINS, Antonio Egydio – São Paulo antigo 1554-1910. São Paulo: Paz e Terra,<br />

2003. pp. 67-68.<br />

86 Para mais informações sobre a procissão de Cinzas na América portuguesa ler FERRARE, Josemary Omena Passos –<br />

Fé e festa em percursos urbanos na Alagoas barroca, Marechal Deo<strong>do</strong>ro – Brasil. In ACTAS DO II CONGRESSO<br />

INTERNACIONAL DO BARROCO..., p. 356; CAMPOS, Adalgisa Arantes – As ordens terceiras de São Francisco nas<br />

Minas coloniais: cultura artística e procissão de Cinzas. Estu<strong>do</strong>s de História. Nº 2 (1999). 121-134; FLEXOR, Maria<br />

Helena Ochi – Procissões na Bahia: teatro barroco a céu aberto. In ACTAS DO II CONGRESSO INTERNACIONAL DO<br />

BARROCO..., pp. 521-533; ORTMANN, Adalberto – História da antiga capela da Ordem Terceira da Penitência de São<br />

Francisco em São Paulo. Rio de Janeiro: Publicações <strong>do</strong> Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (DPHAN), 1951. pp.<br />

113-153; ALVES, Marieta – História da Venerável Ordem de São Francisco da Bahia..., pp. 193-219.<br />

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