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Untitled - Universidade do Minho

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A celebração <strong>do</strong> Lausperene, na Ordem secular franciscana, decorreu durante os<br />

séculos XVIII e XIX. Nesse perío<strong>do</strong>, ocorreram algumas alterações na forma de organizar e<br />

realizar a cerimônia.<br />

Os irmãos terceiros bracarenses realizavam o Lausperene anualmente. Essa cerimônia<br />

requeria cuida<strong>do</strong>s relativos á ornamentação da sua igreja. Inicialmente, os custos da decoração<br />

corriam por conta <strong>do</strong>s sacristães que também se responsabilizavam pela arrumação <strong>do</strong> local 6,<br />

feita com armações presas às paredes, crian<strong>do</strong> um aspecto cênico.<br />

Além da preparação da igreja, a música, o incensos e as velas integravam o Lausperene.<br />

A preocupação em expor o Santíssimo Sacramento com descência e ordenação ocupava todas<br />

as igrejas envolvidas no jubileu, não excluin<strong>do</strong> dessa premissa a Ordem Terceira.<br />

Nos <strong>do</strong>is dias em que ficava exposto o Santíssimo Sacramento na igreja da Ordem, o<br />

templo permanecia aberto dia e noite, possibilitan<strong>do</strong> aos fiéis manter-se em oração e<br />

recolhimento durante um perío<strong>do</strong> alarga<strong>do</strong> de tempo. A música ficava a cargo de um organista,<br />

o qual recebia entre 800 e 1$200 réis pelo serviço. 7 O valor pago ao responsável pela música<br />

estava dentro <strong>do</strong>s valores gastos por outras associações. Na Santa Casa da Misericórdia local,<br />

por exemplo, o organista que executava a música durante o Lausperene recebia, em média, 960<br />

réis. 8<br />

A música, durante o século XVIII, servia para louvar a Deus e unia-se aos inumeráveis<br />

elementos utiliza<strong>do</strong>s durante as celebrações religiosas, com a finalidade de “comover e<br />

despertar a admiração, para deslumbrar, fascinar e seduzir.” 9 Nas comemorações religiosas,<br />

por to<strong>do</strong> o reino de Portugal, utilizavam-se a música para enaltecer seus oragos. Nesta<br />

6 AOTB, Estatutos da Veneravel Ordem Terceira da cidade de Braga 1742, fl. 100.<br />

7 Os valores pagos aos organistas oscilaram no decorrer <strong>do</strong> século XVIII. A remuneração alterou-se entre 800 e 1200<br />

réis, sen<strong>do</strong> o pagamento mais constante no valor de 960 réis. Infelizmente, nem to<strong>do</strong>s os anos os síndicos anotavam<br />

discriminadamente os gastos com o Lausperene. AOTB, Livro da despesa para o síndico da Ordem Terceira 1710-<br />

1760, fls. 1v., 5, 18v., 33, 41, 45v., 55, 60, 67v., 69v., 73, 89v., 97, 100, 102, 103v., 108, 114.<br />

8 Os preços pagos ao organista são muito próximos nas duas instituições demonstran<strong>do</strong> uma padronização <strong>do</strong> valor<br />

cobra<strong>do</strong> pelos organistas em Braga. A respeito <strong>do</strong> Lausperene na Santa Casa da Misericórdia bracarense ler CASTRO,<br />

Maria de Fátima – A Irmandade e Santa Casa da Misericórdia de Braga..., pp. 184-193.<br />

9 MILHEIRO, Maria Manuela de Campos – Braga. A cidade e a festa no século XVIII. Viseu: NEPS, 2003. p. 76.<br />

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