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Untitled - Universidade do Minho

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por exemplo, os jesuítas durante a Semana Santa também auxiliavam os presos. 52 Em Braga,<br />

para além da Santa Casa e da Ordem Terceira, os arcebispos mandavam avultadas esmolas aos<br />

que se encontravam encarcera<strong>do</strong>s. 53<br />

Portanto, o peditório para os presos pobres desenvolvi<strong>do</strong> pela Ordem Terceira de Braga<br />

constituía-se numa atividade assistencial correspondente as premissas católicas <strong>do</strong> incentivo, da<br />

valorização e da prática das 14 obras de misericórdia.<br />

A Ordem Terceira de Braga fazia anualmente o peditório para ajudar os presos pobres.<br />

Os emolumentos arrecada<strong>do</strong>s serviam para atender aos que se encontravam encarcera<strong>do</strong>s. 54 Os<br />

estatutos não esclarecem se o dinheiro destinava-se aos presos pobres na sua generalidade ou<br />

aos irmãos pobres encarcera<strong>do</strong>s. Entretanto, como uma obra assistencial, possivelmente voltada<br />

para o exterior da instituição, o peditório em auxílio aos presos demonstra que as Ordens<br />

Terceiras poderiam desenvolver práticas assistenciais fora <strong>do</strong> âmbito interno. Nesse senti<strong>do</strong>, não<br />

é possível considerar as instituições seculares franciscanas promotoras de um assistencialismo<br />

exclusivo entre seus membros.<br />

Na segunda-feira da Semana Santa, os irmãos terceiros saíam às ruas para pedir pelos<br />

presos pobres. Nesse peditório, o mestre de noviços ia à frente rezan<strong>do</strong> ou entoan<strong>do</strong> cânticos a<br />

Nossa Senhora, segui<strong>do</strong> por seis noviços. 55<br />

Também este peditório, destina<strong>do</strong> a atender os encarcera<strong>do</strong>s, decorria somente no<br />

espaço urbano. 56<br />

Os defini<strong>do</strong>res deveriam ser consulta<strong>do</strong>s antes da realização de to<strong>do</strong>s os peditórios e os<br />

irmãos que desejassem pedir fora <strong>do</strong>s limites de Braga estavam obriga<strong>do</strong>s a solicitar um<br />

<strong>do</strong>cumento assina<strong>do</strong> pelo padre comissário e ministro. 57<br />

52 De acor<strong>do</strong> com LOPES, Maria Antónia – Pobreza, assistência e controlo social. Coimbra (1750-1850)..., p. 526.<br />

53 Veja-se o trabalho de ARAÚJO, Maria Marta Lobo de – The Archbishops of Braga and their assistance to the poor in<br />

Early Modern Portugal. Mediterranean Studies. The Journal of the Mediterranean Studies Association. vol. 17. (2008).<br />

108-109.<br />

54 “Em segunda feira da Semana Sancta se fará peditório pela Cidade para os prezos pobres que estiverem prezos.”<br />

AOTB, Estatutos da Veneravel Ordem Terceira da cidade de Braga 1742, fls. 35, 83.<br />

55 AOTB, Estatutos da Veneravel Ordem Terceira da cidade de Braga 1742, fl. 80.<br />

56 AOTB, Estatutos da Veneravel Ordem Terceira da cidade de Braga 1742, fl. 35.<br />

57 AOTB, Estatutos da Veneravel Ordem Terceira da cidade de Braga 1742, fl. 65.<br />

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