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Untitled - Universidade do Minho

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por exemplo, constituía-se por 100 homens. 117 Como as Ordenanças eram compostas por<br />

solda<strong>do</strong>s não remunera<strong>do</strong>s, pode-se supor que muitos destes militares desenvolviam outras<br />

atividades para sua subsistência, todavia é importante ressaltar a valorização destes cargos<br />

naquele contexto.<br />

O prestígio <strong>do</strong>s militares, decorria igualmente em outras localidades da América<br />

portuguesa, porque, os ocupantes <strong>do</strong>s cargos mais eleva<strong>do</strong>s, das Ordenanças eram recruta<strong>do</strong>s<br />

preferencialmente entre os homens mais destaca<strong>do</strong>s localmente, representan<strong>do</strong>,<br />

conseqüentemente, a elite nos mais varia<strong>do</strong>s espaços <strong>do</strong> império. 118<br />

Assim, a proeminência <strong>do</strong>s militares na Ordem Terceira paulistana, aliada a sua<br />

presença destacada no órgão gestor 119 era utilizada para reforçar o seu status social nas<br />

celebrações realizadas pela instituição. Este fato corrobora a premissa de que os distintos grupos<br />

sócio-profissionais utilizavam as agremiações de leigos como espaços de sociabilidade também<br />

propícios para exibições de distinção e poder.<br />

Apesar <strong>do</strong> constante uso de vestes consideradas inapropriadas pelos militares, destaca-<br />

se a importância da Quaresma (e suas celebrações) atribuída pelos gestores das Ordens<br />

Terceiras – tanto de São Francisco quanto <strong>do</strong> Carmo – no cotidiano destas associações.<br />

No perío<strong>do</strong> em que estiveram em desacor<strong>do</strong> as Ordens Terceiras franciscana e carmelita<br />

(cf. Livro 3, Cap. 4), não consta entre a <strong>do</strong>cumentação produzida pelos seculares franciscanos<br />

disputas sobre a precedência em procissões ou enterros entre as duas agremiações. Entretanto,<br />

em 1788, os irmãos terceiros carmelitas procuraram averiguar a antiguidade das duas<br />

associações terciárias, justifican<strong>do</strong> que os terceiros franciscanos estavam buscan<strong>do</strong> estas<br />

117 Sobre a milícia na América portuguesa ver COTTA, Francis Albert – Para além da desclassificação e da <strong>do</strong>cilização<br />

<strong>do</strong>s corpos: organização militar nas Minas Gerais <strong>do</strong> século XVIII. Revista de Humanidades. vol. 2. (2001). 1-21.<br />

118 Sobre a importância <strong>do</strong>s cargos militares para afirmação social e distinção entre os mora<strong>do</strong>res da América<br />

portuguesa ler COSTA, Ana Paula Pereira – Atuação de poderes locais no império lusitano: uma análise das chefias<br />

militares <strong>do</strong>s Corpos de Ordenanças e de suas estratégias na construção de sua autoridade. Vila Rica (1735-1777). Rio<br />

de Janeiro: <strong>Universidade</strong> Federal <strong>do</strong> Rio de Janeiro, 2006. Dissertação de Mestra<strong>do</strong>. Policopiada. p. 41; MELLO,<br />

Cristiane Figueire<strong>do</strong> Pagano de – Os corpos de Ordenanças e Auxiliares. Sobre as relações militares e políticas na<br />

América portuguesa. História. Questões e Debates. Nº 45 (2006). 33, 41.<br />

119 Na Ordem Terceira de Ouro Preto os militares também destacaram-se entre os irmãos da mesa administrativa. Veja-<br />

se SOUSA, Cristiano Oliveira de – Os membros da Ordem Terceira de São Francisco de Assis de Vila Rica: prestígio e<br />

poder nas Minas (século XVIII)..., pp. 108-110.<br />

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