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Untitled - Universidade do Minho

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instituição. O desleixo <strong>do</strong>s confessores alia<strong>do</strong> ao movimento na igreja durante os jubileus<br />

prejudicavam os irmãos na execução de suas obrigações. 68<br />

Outro aspecto <strong>do</strong> mau funcionamento da Ordem Terceira, lembra<strong>do</strong> por alguns irmãos<br />

foi a falta de um sino na torre da igreja. Em 1756, na igreja da Ordem estava somente com um<br />

sino em funcionamento, contu<strong>do</strong>, os irmãos indicavam a necessidade de se fazer mais um para<br />

a instituição. Essa falta segun<strong>do</strong> os irmãos provocava escândalo deven<strong>do</strong> ser rapidamente<br />

resolvi<strong>do</strong> o problema. Os testemunhos <strong>do</strong>s revelam o papel fundamental desempenha<strong>do</strong> pelos<br />

toques <strong>do</strong>s sinos no cotidiano de antanho. 69 Estas observações não incentivaram aos gestores<br />

da Ordem Terceira a mandar confeccionar um novo sino naquela data. 70<br />

Porém, além da questão <strong>do</strong>s sacer<strong>do</strong>tes e <strong>do</strong> sino, em 1756, alguns irmãos revelaram o<br />

murmúrio existente a respeito <strong>do</strong> Definitório. Muito elucidativo dessa questão foi Manuel Vieira,<br />

mora<strong>do</strong>r na rua de Maximinos, ao relatar que “se murmura geralmente de andarem sempre esta<br />

ordem metida no governo da porta <strong>do</strong> Souto e rua <strong>do</strong> Souto haven<strong>do</strong> pellas mais partes outros<br />

irmaos que possao servir muito mais capazes”. João Fernandes de Oliveira e Antônio Luís<br />

também revelaram a mesma perspectiva diante <strong>do</strong> padre-comissário naquela visita geral. 71<br />

Apesar de somente três irmãos demonstrarem o descontentamento com os eleitos para<br />

o Definitório vislumbra-se entre os membros da Ordem a percepção de escolhas supostamente<br />

pautadas meramente em relações sociais. Entre os defini<strong>do</strong>res em atuação, em 1756, <strong>do</strong>is<br />

moravam na Rua <strong>do</strong> Souto. Não foi possível identificar o local de moradia de to<strong>do</strong>s os<br />

defini<strong>do</strong>res, contu<strong>do</strong>, os cargos relaciona<strong>do</strong>s às finanças <strong>do</strong> sodalício estavam, naquela data,<br />

ocupa<strong>do</strong>s por homens liga<strong>do</strong>s ao comércio. 72<br />

Esta presença <strong>do</strong>s comerciantes, concentra<strong>do</strong>s na Rua <strong>do</strong> Souto, revela escolhas de<br />

pessoas com experiência comercial na gestão financeira da Ordem, o que indica a preferência<br />

por homens com conhecimentos específicos para alguns cargos, entretanto essas opções<br />

68 A confissão e comunhão eram obrigações <strong>do</strong>s irmãos terceiros nos dias de jubileu. AOTB, Estatutos da Veneravel<br />

Ordem Terceira da cidade de Braga 1742, fls. 24-25.<br />

69 A propósito da importância <strong>do</strong>s sinos no cotidiano <strong>do</strong>s fiéis veja-se MILHEIRO, Maria Manuela de Campos – Braga. A<br />

cidade e a festa no século XVIII. Viseu: NEPS, 2003. p. 267.<br />

70 Tanto os livros de despesas quanto o livro de termos não citam o feitio de novo sino entre os anos de 1756-1758.<br />

AOTB, Livro 5º de Termos da Veneravel Ordem 3ª; Livro de servir para a despesa <strong>do</strong> syndico.<br />

71 AOTB, Livro da Vezita Geral, fls. 12v., 13v., 17.<br />

72 AOTB, Livro 5º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fls. 45-45v.<br />

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