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Untitled - Universidade do Minho

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a cada um <strong>do</strong>s seus membros defuntos enquanto o sodalício secular, em Ouro Preto,<br />

disponibilizava 40 missas a cada um <strong>do</strong>s seus faleci<strong>do</strong>s. 1495<br />

As diferenças na quantidade de missas oferecidas podiam corresponder à capacidade<br />

financeira das instituições, demonstran<strong>do</strong> paralelamente a disponibilidade monetária <strong>do</strong> local<br />

onde se edificavam. Revelavam ainda o investimento de seus administra<strong>do</strong>res para ampliar os<br />

sufrágios destina<strong>do</strong>s aos membros defuntos, visan<strong>do</strong> assegurar a visibilidade das instituições em<br />

varia<strong>do</strong>s contextos.<br />

O número de missas ofereci<strong>do</strong> pela instituição paulistana, a partir de 1754, mostrava-se<br />

eleva<strong>do</strong>, se compara<strong>do</strong> com a Ordem Terceira franciscana de Braga, por exemplo (cf. Livro 2,<br />

Cap. 6). A ampliação na quantidade de missas entre os paulistanos entre finais <strong>do</strong> século XVII e<br />

metade <strong>do</strong> século XVIII, reflete um crescimento quantitativo e qualitativo da instituição, atestan<strong>do</strong><br />

um bom momento financeiro da Ordem.<br />

A centralidade das missas, no conjunto de atos propicia<strong>do</strong>res da salvação das almas,<br />

justificava inclusive apertos financeiros nas instituições. Desejosas de manter eleva<strong>do</strong> o número<br />

de celebrações litúrgicas, demonstran<strong>do</strong> à população a sua capacidade de sustentar avantaja<strong>do</strong>s<br />

“bens de salvação”, muitas vezes, as agremiações incursionavam em dificuldades econômicas,<br />

sem, contu<strong>do</strong>, reduzir o número de missas oferecidas aos seus associa<strong>do</strong>s. A Santa Casa da<br />

Misericórdia, de Salva<strong>do</strong>r, por exemplo, envolta em graves problemas financeiros, durante<br />

setecentos, não prescindiu no acrescentamento <strong>do</strong> número de missas celebradas em intenção<br />

aos seus confrades faleci<strong>do</strong>s. 1496 Reduzí-lo significaria assumir um mau comportamento, fato que<br />

não lhe convinha.<br />

Por vezes, as dificuldades financeiras demandavam <strong>do</strong>s gestores das irmandades<br />

alguma criatividade para assegurar o número de missas ofereci<strong>do</strong> aos membros defuntos. Em<br />

Minas Gerais, algumas associações, principalmente, a partir de mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XVIII,<br />

requisitavam celebrações litúrgicas a instituições <strong>do</strong> Rio de Janeiro ou <strong>do</strong> reino. As solicitações<br />

1495 Sobre as missas celebradas pelas Ordens Terceiras franciscanas de Salva<strong>do</strong>r e Ouro Preto ler REIS, João José – A<br />

morte é uma festa. Ritos fúnebres e revolta popular no Brasil <strong>do</strong> século XIX..., p. 206; TRINDADE, Raimun<strong>do</strong> – São<br />

Francisco de Assis de Ouro Preto. Rio de Janeiro: Publicações <strong>do</strong> Patrimônio Histórico e Artístico Nacional , 1951. p.<br />

61.<br />

1496 Os problemas financeiros e os ofícios fúnebres disponibiliza<strong>do</strong>s pela Santa Casa da Misericórdia de Salva<strong>do</strong>r foram<br />

analisa<strong>do</strong>s por RUSSELL-WOOD, A. J. R – Fidalgos e filantropos. A Santa Casa da Misericórdia da Bahia, 1550-1755...,<br />

pp. 156-157.<br />

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