13.04.2013 Views

Untitled - Universidade do Minho

Untitled - Universidade do Minho

Untitled - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

confrarias. 12 Dentre essas associações constavam diversas invocações da Virgem Maria, <strong>do</strong>s<br />

santos, das Almas, da paixão de Cristo, <strong>do</strong> Santíssimo Sacramento, e da Santíssima Trindade.<br />

A quantidade de confrarias disponível nas seis freguesias da cidade de Braga<br />

demonstrava a concentração demográfica <strong>do</strong> local e a grande inserção <strong>do</strong>s leigos em<br />

associações religiosas. Na freguesia da Cividade, por exemplo, havia, em média, 20 habitações<br />

para uma irmandade. 13<br />

O grande número dessas associações indicava a complexidade, a versatilidade e a<br />

importância <strong>do</strong> movimento confraternal em Braga. Os diferentes oragos atendiam aos grupos<br />

relevantes na cidade, tais como: São Pedro <strong>do</strong>s Clérigos destinada a atender os eclesiásticos<br />

pobres; Nossa Senhora da Boa Memória formada por estudantes, São Crispim e São Cipriano<br />

pertencente aos sapateiros, a <strong>do</strong> Santíssimo Sacramento congregan<strong>do</strong> a elite nobre, entre<br />

outras. 14<br />

Essas distinções na clientela de cada associação era uma das facetas <strong>do</strong> cotidiano<br />

religioso no Perío<strong>do</strong> Moderno. As irmandades e confrarias constituíam-se, muitas vezes, em<br />

redutos de grupos sócio-profissionais ou sociais mapean<strong>do</strong> a sociedade na qual se constituíam.<br />

Desse mo<strong>do</strong>, as irmandades acabavam por reforçar o papel identitário de varia<strong>do</strong>s grupos 15<br />

como, por exemplo, a confraria <strong>do</strong>s Pretos, assentada na capela de Nossa Senhora <strong>do</strong> Rosário,<br />

na Sé bracarense.<br />

Nesse panorama confraternal, em Braga, encontravam-se 33,3% irmandades dedicadas<br />

a Nossa Senhora e 35% devotas aos santos. 16 Inserin<strong>do</strong>-se nesse último número, a irmandade<br />

12 A respeito <strong>do</strong> número de confrarias no século XVIII, em Braga, ler FERREIRA, Ana Cunha; CAPELA, José Viriato –<br />

Braga Triunfante ao tempo das memórias paroquiais de 1758…, p. 194.<br />

13 Segun<strong>do</strong> FERREIRA, Ana Cunha; CAPELA, José Viriato – Braga Triunfante ao tempo das memórias paroquiais de<br />

1758..., p. 196.<br />

14 A respeito das confrarias instaladas na Sé bracarense ler CAPELA, José Viriato – Braga Triunfante ao tempo das<br />

memórias paroquiais de 1758..., pp. 195-198.<br />

15 Não somente os negros, mas também oficiais mecânicos, viúvas, clérigos, nobres, estudantes, entre outros possuíam<br />

agremiações específicas com oragos distintos. Sobre confrarias, no Perío<strong>do</strong> Moderno, e o reforço de identidade de<br />

diferentes grupos ler PENTEADO, Pedro – Confrarias. In AZEVEDO, Carlos Moreira. (Dir.) – História Religiosa de<br />

Portugal. vol. 1. Lisboa: Círculo de Leitores, 2000. pp. 459-470.<br />

16 Segun<strong>do</strong> FERREIRA, Ana Cunha; CAPELA, José Viriato – Braga Triunfante ao tempo das memórias paroquiais de<br />

1758..., p. 189.<br />

56

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!