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Untitled - Universidade do Minho

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instituto terciário <strong>do</strong> Porto também enterrou, pelo menos, sete irmãos bracarenses, entre 1780-<br />

1828. 93<br />

Estas informações reforçam o auxílio mútuo entre os irmãos terceiros em distintos<br />

locais. A patente – <strong>do</strong>cumento comprovativo da filiação ao sodalício – constituía-se numa forma<br />

de identificação entre os seculares franciscanos e lhes proporcionava assistência em quaisquer<br />

partes onde havia uma Ordem Terceira (cf. Livro 1, Cap. 2). Essa especificidade da instituição<br />

distinguia-a de outras associações formadas por leigos.<br />

Portanto, possuir uma patente de irmão terceiro tornava-se um elemento fundamental<br />

para os momentos de infortúnio ou, mesmo, na morte. Além <strong>do</strong> sepultamento, a Ordem Terceira<br />

portuense poderia ainda realizar outros auxílios em prol da alma <strong>do</strong> defunto. Em 1802, José<br />

Ferreira da Silva, membro da instituição bracarense, após falecer no hospital da Ordem Terceira<br />

<strong>do</strong> Porto, foi acompanha<strong>do</strong> pelos seculares e sepulta<strong>do</strong> no cemitério da instituição. 94<br />

Deste mo<strong>do</strong>, a assistência prestada pelo sodalício bracarense também era realizada por<br />

suas congêneres. Contu<strong>do</strong>, o membro da instituição bracarense foi enterra<strong>do</strong> no cemitério. Os<br />

terceiros na cidade <strong>do</strong> Porto possuíam uma hierarquia rígida nos seus espaços de inumação.<br />

Distintos locais recebiam os corpos <strong>do</strong>s seculares: igreja, “carneiros” e cemitério. No “carneiro”,<br />

junto à capela-mor seguin<strong>do</strong> até as grades, sepultavam os irmãos que serviram na Mesa<br />

administrativa, fican<strong>do</strong> os ocupantes <strong>do</strong>s cargos mais importantes (ministros, vice-ministros e<br />

secretários) mais próximos ao altar principal. Próximo às grades inumavam sacristães e<br />

anda<strong>do</strong>res. O resto da igreja (sacristia, claustro e cemitério) estavam reserva<strong>do</strong>s para to<strong>do</strong>s os<br />

outros irmãos terceiros. 95<br />

Na igreja da Ordem Terceira bracarense inexistia divisões hierárquicas nas sepulturas.<br />

To<strong>do</strong>s os irmãos seriam sepulta<strong>do</strong>s no corpo da igreja, exceptuan<strong>do</strong>-se os noviços. Estes<br />

recebiam as missas em sua tenção, “porem não se <strong>do</strong>brará o sino antes das corridas, nem se<br />

93 AOTB, Livro <strong>do</strong>s irmãos defuntos sacer<strong>do</strong>tes e seculares 1746-1781, fls. 176v.; Livro <strong>do</strong>s irmãos defuntos sacer<strong>do</strong>tes<br />

e seculares 1795-1816, fls. 101, 123v., 179; Livro <strong>do</strong>s irmãos defuntos sacer<strong>do</strong>tes e seculares 1817-1834, fls. 10v.,<br />

16, 99.<br />

94 AOTB, Livro <strong>do</strong>s irmãos defuntos sacer<strong>do</strong>tes e seculares 1795-1816, fl. 123v.<br />

95 Sobre a hierarquia nos espaços de sepultamentos nas edificações da Ordem Terceira franciscana da cidade <strong>do</strong> Porto<br />

consultar Estatutos e Regra da Ordem Terceira de São Francisco da cidade <strong>do</strong> Porto..., p. 38.<br />

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