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Untitled - Universidade do Minho

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6.2 - Celebrações e festas entre os irmãos seculares paulistanos<br />

Diferentes cerimônias faziam parte <strong>do</strong> cotidiano <strong>do</strong>s terceiros franciscanos. Tanto<br />

confissão e a comunhão frequentes, quanto as festas promovidas pelas associações constavam<br />

entre as suas obrigações.<br />

Em São Paulo, os seculares deveriam participar das “absolvições gerais”. Estas<br />

aconteciam em determina<strong>do</strong>s dias <strong>do</strong> ano, nos quais os irmãos terceiros deslocavam-se até a<br />

igreja da Ordem para se confessarem e comungarem. Deste mo<strong>do</strong>, essas cerimônias se<br />

caracterizavam pela expiação <strong>do</strong>s peca<strong>do</strong>s, deven<strong>do</strong> cada um se esforçar pela absolvição das<br />

suas faltas.<br />

Aos irmãos terceiros recomendava-se, igualmente, para a confissão um exame rigoroso<br />

de sua consciência. 13 Portanto, para a penitência ideal o fiel deveria examinar cautelosamente<br />

os seus atos e pensamentos, buscan<strong>do</strong> as faltas cometidas para redimir-se delas.<br />

salvação. 14<br />

A penitência reparava o peca<strong>do</strong> e trazia o fiel para o caminho correto, com destino à sua<br />

A centralidade da penitência entre os seculares foi relembrada, em 1768, pelo padre<br />

comissário João Capistrano de São Bento aos irmãos paulistanos, o qual salientou que a<br />

penitência é “costume antigo e Sempre Louvavel de muitas Ordens Terceiras, assim <strong>do</strong> nosso<br />

Reyno como estranhos” 15 . Observação bastante pertinente. O frade demonstrava conhecer os<br />

exercícios espirituais pratica<strong>do</strong>s em outras associações terciárias, seja de Portugal, ou de outros<br />

locais.<br />

A penitência desempenhava realmente um papel central nos exercícios espirituais das<br />

associações de Portugal e Espanha. 16 Os irmãos seculares lisboetas se reuniam para a confissão<br />

13 FERREIRA, Manoel de Oliveira – Compendio geral da historia da Veneravel Ordem Terceira de Sao Francisco..., p.<br />

137.<br />

14 Sobre a importância da penitência para a reparação <strong>do</strong>s peca<strong>do</strong>s desde o cristinismo primitivo ver BETHENCOURT,<br />

Francisco – Penitência. In AZEVEDO, Carlos Moreira (Dir.) - Dicionário de História Religiosa de Portugal. vol. 3. Lisboa:<br />

Círculo de Leitores, 2000. pp. 426-429.<br />

15 AOTSP, Livro II de termos, fl.61.<br />

16 Sobre o caráter penitencial das organizações terciárias em Espanha consultar MARTÍN GARCÍA, Alfre<strong>do</strong> – Religión y<br />

sociedad en Ferrolterra durante el Antiguo Régimen. La V.O.T. seglar franciscana. Salamanca: Imprenta Kadmos, 2005.<br />

p. 132.<br />

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