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Untitled - Universidade do Minho

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A constante certeza de auxílio em diferentes paragens conjugada com a estima social<br />

gerada pela pertença à Ordem Terceira foram elementos de atração <strong>do</strong>s contingentes<br />

populacionais imigra<strong>do</strong>s.<br />

Paralelamente, observa-se a pequena quantidade de comerciantes que adentraram na<br />

Santa Casa da Misericórdia paulista. Dentre os 100 agentes mercantis identifica<strong>do</strong>s e analisa<strong>do</strong>s<br />

pela investiga<strong>do</strong>ra Maria Aparecida Borrego encontram-se 14 associa<strong>do</strong>s a esta irmandade,<br />

sen<strong>do</strong> que destes somente cinco não se tornaram também terceiros franciscanos. 1172 Deste<br />

mo<strong>do</strong>, 14% participaram da Santa Casa enquanto 95% tornaram-se terceiros franciscanos. A<br />

exclusão destes homens da irmandade de maior prestígio <strong>do</strong> Império foi ocasionada<br />

provavelmente por varia<strong>do</strong>s fatores, sen<strong>do</strong> um deles a restrição no número de irmãos. Esta<br />

limitação excluía muitos <strong>do</strong>s recém chega<strong>do</strong>s à região de participar <strong>do</strong>s quadros da irmandade.<br />

Alguns conseguiram adentrar na instituição e inclusive participaram das decisões da irmandade<br />

desempenhan<strong>do</strong>, o papel mais importante, o cargo de prove<strong>do</strong>r. 1173 Contu<strong>do</strong>, o número de<br />

comerciantes inseri<strong>do</strong>s na Ordem Terceira franciscana é evidentemente maior daquele<br />

encontra<strong>do</strong> na Misericórdia. A escolha da agremiação terciária pelos comerciantes estava,<br />

também, associada à sua inserção nas Santas Casas. Nestas instituições, os homens liga<strong>do</strong>s ao<br />

setor mercantil, mesmo aqueles de grosso trato, adentravam na Misericórdia como irmãos<br />

“oficiais”, sen<strong>do</strong> excluí<strong>do</strong>s muitas vezes da condição de “nobres”. Somente a partir da segunda<br />

metade <strong>do</strong> século XVIII observa-se a inserção <strong>do</strong>s comerciantes entre os “nobres” nas Santas<br />

Casas. 1174<br />

As relações de parentesco definitivamente contaram para a entrada de muitos<br />

comerciantes na instituição secular franciscana. A prática <strong>do</strong> comércio e a vinda de novos<br />

contingentes funcionavam muitas vezes basea<strong>do</strong>s em laços familiares. Primos, tios, sobrinhos,<br />

irmãos e outras relações de parentesco auxiliavam e incentivavam a mobilidade espacial destes<br />

homens. Muitos vinham a São Paulo para trabalhar com seus parentes e acabavam por se fixar<br />

1172 BORREGO, Maria Aparecida de Menezes – A teia mercantil: negócios e poderes em São Paulo colonial (1711-<br />

1765)…, pp. 163-167.<br />

1173 MESGRAVIS, Laima – A Santa Casa da Misericórdia de São Paulo (1599?-1884)..., p. 73.<br />

1174 Para a Misericórdia de Ponte de Lima veja-se ARAÚJO, Maria Marta Lobo de – Rituais de caridade na Misericórdia<br />

de Ponte de Lima (Séculos XVII-XIX). Ponte de Lima: Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima, 2003. pp. 699-<br />

700.<br />

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