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Untitled - Universidade do Minho

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Alguns fidalgos da Casa Real, embora figurem em número reduzi<strong>do</strong> (8 indivíduos),<br />

também solicitaram crédito aos irmãos terceiros. 43<br />

Somente um capitão-mor e um tenente coronel compunham o grupo <strong>do</strong>s militares.<br />

A presença majoritária de oficiais mecânicos, eclesiásticos e comerciantes está em<br />

consonância com os grupos mais destaca<strong>do</strong>s na cidade de Braga 44, de onde provinha a maioria<br />

<strong>do</strong>s deve<strong>do</strong>res à instituição.<br />

Entre os prestamistas, identificou-se somente 21 pessoas que estavam associadas à<br />

Ordem Terceira. Número que representa 8% no total de deve<strong>do</strong>res. Desse mo<strong>do</strong>, os gestores da<br />

instituição optaram por realizar os empréstimos para pessoas não vinculadas a instituição. Muito<br />

provavelmente, buscavam minimizar as influências <strong>do</strong>s deve<strong>do</strong>res nas decisões <strong>do</strong> órgão gestor,<br />

fato que diminuía as hipóteses de corrupção ou atrasos de pagamento devi<strong>do</strong> a favorecimentos<br />

internos.<br />

Além <strong>do</strong>s endereços e das profissiões, as quais revelaram a ligação das atividade<br />

creditícia entre a instituição e os mora<strong>do</strong>res da cidade, também foi possível observar as razões<br />

pelas quais o dinheiro era solicita<strong>do</strong>. Em alguns apontamentos referentes às solicitações eram,<br />

por vezes, mencionadas as motivações para o pedi<strong>do</strong> de empréstimo.<br />

Em 1752, o livreiro António Pedroso pediu 250 mil réis a Ordem Terceira para comprar<br />

as “cazas em que vive”. 45 Também, João Manuel de Abreu solicitou 100 mil réis, em 1777, para<br />

adquirir “uma morada de cazas em que vive”. 46 A aquisição de imóvel, principalmente de casas,<br />

foi o motivo mais alega<strong>do</strong> entre os deve<strong>do</strong>res. 47<br />

Não somente a compra de imóveis motivava a realização de empréstimos, sen<strong>do</strong> a<br />

necessidade de <strong>do</strong>te outro motivo alega<strong>do</strong>. Dois solicitantes desejavam <strong>do</strong>tar suas irmãs para<br />

43 A nobreza utilizava frequentemente o crédito disponibiliza<strong>do</strong> pelas associações de leigos, especialmente aquele<br />

forneci<strong>do</strong> pelas Santas Casas da Misericórdia. A propósito das relações entre a nobreza e o crédito disponibiliza<strong>do</strong><br />

pelas associações religiosas e leigas veja-se MONTEIRO, Nuno Gonçalo – O endividamento aristocrático (1750-1832):<br />

alguns aspectos. Análise Social. vol. XXVII (1992). 267.<br />

44 A respeito das profissões de maior destaque em Braga, no Perío<strong>do</strong> Moderno ler CAPELA, José Viriato – O Município<br />

de Braga de 1750 a 1834. Bracara Augusta. vol. XLI. (1988-89). 240-241.<br />

45 AOTB, Livro de contratos de 1747-1784, fl. 11.<br />

46 AOTB, Livro de contratos de 1747-1784, fl. 177.<br />

47 AOTB, Livro de contratos de 1747-1784, fls. 11, 135v., 145v., 177, 180; Livro <strong>do</strong>s contratos da Veneravel Ordem<br />

Terceira de nosso serafico patriarcha São Francisco desta cidade de Braga primaz, fls. 4, 7, 41v.<br />

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