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Untitled - Universidade do Minho

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Esta disposição <strong>do</strong>s estatutos somente reafirmava uma prática já estabelecida entre os<br />

irmãos terceiros. A realização da visita às Estações bracarenses foi citada pelos defini<strong>do</strong>res<br />

anteriormente à elaboração <strong>do</strong>s estatutos. Em 1739, os irmãos salientaram a prática da visita à<br />

via-sacra nas sextas-feiras da Quaresma. Nesse mesmo ano, decidiram expôr o Santo Lenho<br />

“para se dar a beyjar a Santa Relíquia aos devotos que fazem a via sacra nas ditas sexta-feiras.”<br />

35<br />

Em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XVIII, a via-sacra bracarense possuía oito Estações edificadas nas<br />

portas da cidade. Deste mo<strong>do</strong>, a primeira ficava na Rua <strong>do</strong>s Biscainhos (Porta Nova), a segunda<br />

no Campo <strong>do</strong>s Touros (Porta de São Francisco), a terceira no Campo da Vinha (Porto de Santo<br />

Antônio), a quarta na Rua de Janes (Porta <strong>do</strong> Souto), a quinta na Rua <strong>do</strong> Anjo (Porta de São<br />

João), a sexta no rocio de Santo Antônio (Porta de Nossa Senhora da Torre), a sétima no Campo<br />

de São Sebastião (Porta de São Bento) e a última na Rua de Maximinos (Porta de Nossa Senhora<br />

da Ajuda). 36<br />

Neste senti<strong>do</strong>, os terceiros bracarenses realizavam a via crucis utilizan<strong>do</strong> as Estações<br />

eretas na cidade, situa<strong>do</strong>s nos pontos cruciais <strong>do</strong> espaço urbano. Portanto, os irmãos terceiros<br />

não possuíam um local especialmente elabora<strong>do</strong> para esse exercício espiritual. Contu<strong>do</strong>,<br />

algumas associações seculares edificavam estações privadas, tal como a Ordem Terceira<br />

paulistana (cf. Livro 3, Cap. 6).<br />

Em Braga, como um ato público, a via-sacra consistia num evento marca<strong>do</strong> pelo rigor e<br />

controle, que exigia a utilização <strong>do</strong> hábito, evidencian<strong>do</strong> a pertença a agremiação terciária,<br />

durante a visita às Estações. 37<br />

A via-sacra poderia ser realizada em outros momentos, fora <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> da Quaresma,<br />

quan<strong>do</strong> os irmãos terceiros observassem a necessidade de angariar a benesse divina em prol de<br />

algum problema público, igualan<strong>do</strong>-se à função das procissões de preces. Isso ocorreu em<br />

Agosto de 1753, quan<strong>do</strong> decidiram realizar a via-sacra durante nove noites para que “Deos<br />

nosso senhor nos conceda a chuva que tam necessária he para os frutos”. 38 Após o terramoto<br />

35 AOTB, Livro 3º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fl. 47v.<br />

36 A respeito da via-sacra em Braga ler MILHEIRO, Maria Manuela de Campos – Braga. A cidade e a festa no século<br />

XVIII..., pp. 332-333.<br />

37 AOTB, Estatutos da Veneravel Ordem Terceira da cidade de Braga 1742, fl. 22.<br />

38 AOTB, Livro 4º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fl. 232.<br />

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