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Untitled - Universidade do Minho

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estatutos adaptan<strong>do</strong>-se ao seu meio circundante, conquistan<strong>do</strong> uma relativa autonomia em<br />

relação aos mendicantes (cf. Livro 2, Cap. 2). 17<br />

Todavia, no momento em que decidiram construir sua igreja, em 1783, as relações<br />

entre os irmãos terceiros, os frades <strong>do</strong> convento de São Paulo e o ministro da Província da<br />

Imaculada Conceição foram abaladas. Inicialmente, as solicitações <strong>do</strong>s seculares foram bem<br />

recebidas pelos mendicantes, os quais permitiram as obras da nova igreja. 18 Posteriormente, em<br />

1785, devi<strong>do</strong> a uma parede, construída contígua à igreja <strong>do</strong> convento pelos irmãos terceiros,<br />

começaram as discórdias entre os seculares e os frades. Os mendicantes eram representa<strong>do</strong>s<br />

pelo prela<strong>do</strong> superior da comunidade religiosa de São Francisco, o padre guardião. Deste mo<strong>do</strong>,<br />

foi a Mesa administrativa da Ordem Terceira “citada para responder em juizo sobre humas<br />

terras que midiao ao convento <strong>do</strong>s mesmos religiozos aos muros da nossa nova obra cauzan<strong>do</strong><br />

com este preocedimento hum publico escandalo.” 19 Ao mesmo tempo que respondiam<br />

judicialmente ao embargo de sua obra solicita<strong>do</strong> pelos frades mendicantes, estavam os irmãos<br />

terceiros sem local para realizar suas cerimônias e exercícios espirituais. Para tentar resolver à<br />

situação decidiram os membros da Mesa apelar para o bispo, conseguin<strong>do</strong> que o prela<strong>do</strong><br />

auxiliasse a instituição no conflito, pois lhes foi facultada a hipótese de se instalarem na igreja de<br />

Santo Antônio. 20<br />

Sobre o templo dedica<strong>do</strong> a Santo Antônio, em São Paulo, há referências desde finais <strong>do</strong><br />

século XVI. Esta igreja possuía uma irmandade dedicada à mesma devoção, sen<strong>do</strong> mencionada<br />

nos testamentos de paulistanos, no início <strong>do</strong> século XVIII. 21 As relações entre franciscanos e a<br />

igreja não decorreram somente com a presença <strong>do</strong>s irmãos terceiros, em finais <strong>do</strong> século XVIII.<br />

17 Os estatutos <strong>do</strong>s seculares de Ouro Preto foram aprova<strong>do</strong>s em 1760 pelo Comissário Geral <strong>do</strong>s Franciscanos em<br />

Madrid. Sobre os estatutos da Ordem Terceira de Ouro Preto ler SOUSA, Cristiano Oliveira de – Os membros da Ordem<br />

Terceira de São Francisco de Assis de Vila Rica: prestígio e poder nas Minas (século XVIII)..., p. 55.<br />

18 AOTSP, Livro II de termos, fls. 98v.-99v., 101.<br />

19 AOTSP, Livro II de termos, fl. 106.<br />

20 AOTSP, Livro II de termos, fl. 106.<br />

21 A data de ereção da irmandade de Santo Antônio é desconhecida, contu<strong>do</strong>, as referências de esmolas deixadas por<br />

testa<strong>do</strong>res, em 1707, indicam a existência dessa instituição pelo menos desde início de Setecentos. SANTOS, Maria da<br />

Conceição – Irmandades e confrarias em São Paulo Colonial. In VILHENA, Maria Ângela; PASSOS, João Décio (Orgs.) –<br />

A igreja em São Paulo: presença católica na história da cidade. São Paulo: Paulinas, 2005. p. 256.<br />

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