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Untitled - Universidade do Minho

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participação <strong>do</strong>s mesteres nos órgãos de governação, nos quais assumiam posições menos<br />

relevantes, cuidan<strong>do</strong> principalmente da parte econômica da administração municipal. 22<br />

Durante o século XVIII, em Braga, os oficiais mecânicos possuíam um papel secundário<br />

na edilidade, participan<strong>do</strong> somente na escolha de seus juízes de ofícios e quan<strong>do</strong> faziam as suas<br />

obrigas. 23<br />

Não apenas em Braga, mas também no Rio de Janeiro, os oficiais mecânicos<br />

constituíam-se na maioria entre os terceiros franciscanos, representan<strong>do</strong> 49,4% <strong>do</strong>s associa<strong>do</strong>s,<br />

entre 1682 a 1818. 24 Igualmente, na cidade <strong>do</strong> Porto, entre 1699 e 1730, os homens liga<strong>do</strong>s as<br />

atividades mecânicas – destacan<strong>do</strong>-se os alfaiates, sapateiros e ourives – constituíam-se o maior<br />

grupo na Ordem Terceira. 25<br />

Além <strong>do</strong>s oficiais mecânicos, os eclesiásticos salientavam-se no conjunto <strong>do</strong>s irmãos<br />

terceiros de Braga, sen<strong>do</strong> representa<strong>do</strong>s por 367 homens. Esse total reunia homens de<br />

diferentes lugares na hierarquia da igreja. Muitos foram arrola<strong>do</strong>s somente como padres,<br />

todavia, outros foram arrola<strong>do</strong>s cônegos e beneficia<strong>do</strong>s.<br />

Deste mo<strong>do</strong>, o conjunto eclesiástico mostrava-se extremamente heterogêneo, pois<br />

simples sacer<strong>do</strong>tes e dignidades eclesiásticas, pertencentes ao cabi<strong>do</strong> bracarense, constavam<br />

entre os arrola<strong>do</strong>s. A magnitude numérica <strong>do</strong>s clérigos evidencia a aceitação da Ordem secular<br />

pelos religiosos no perío<strong>do</strong>, bem como o contexto em que a cidade estava inserida.<br />

A expressividade <strong>do</strong>s eclesiásticos não ocorria somente nesta instituição terciária. Em<br />

Braga, a grande quantidade de clérigos foi sublinhada pelo arcebispo Dom José de Bragança, o<br />

22 De acor<strong>do</strong> com GOMES, Paula Alexandra de Carvalho Sobral – Oficiais e confrades em Braga no tempo de Pombal…,<br />

p. 102.<br />

23 A respeito <strong>do</strong> papel desempenha<strong>do</strong> pelos oficiais mecânicos nas câmaras municipais ler CAPELA, José Viriato – Os<br />

mesteres na Câmara e governo concelhio bracarense durante o “Antigo Regime” (em torno de um processo de<br />

subalternização política das classes mecânicas). Cadernos <strong>do</strong> Noroeste. Nº 15 (2001). 219-248.<br />

24 Conforme MARTINS, William de Souza – Membros <strong>do</strong> corpo místico: Ordens Terceiras no Rio de Janeiro (1700-1822).<br />

São Paulo: <strong>Universidade</strong> de São Paulo, 2001. Tese de Doutoramento. Policopiada. p. 324.<br />

25 A respeito da configuração social da Ordem Terceira franciscana da cidade <strong>do</strong> Porto ler RÊGO, Célia; JESUS,<br />

Elisabete; AMORIM, Inês – Uma confraria urbana à sombra de um espaço conventual – os irmãos da Ordem Terceira<br />

de São Francisco <strong>do</strong> Porto – espiritualidade e sociabilidade (1633-1720; 1699-1730). In Em torno <strong>do</strong>s espaços<br />

religiosos – monásticos e eclesiásticos: ACTAS DO COLÓQUIO DE HOMENAGEM A FREI GERALDO COELHO DIAS.<br />

Porto: Instituto de História Moderna da <strong>Universidade</strong> <strong>do</strong> Porto, 2005. pp. 122-130.<br />

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