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Untitled - Universidade do Minho

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terceiros franciscanos realizaram “tres dias de presses com o senhor exposto”. 116 Na última<br />

noite, marcharam em procissão percorren<strong>do</strong> as ruas da cidade com o an<strong>do</strong>r de São Francisco e<br />

o Santo Lenho.<br />

Infelizmente, não foi possível apurar o percurso dessas procissões. Provavelmente,<br />

abarcavam a área central de Braga, visitan<strong>do</strong> as instituições mais importantes <strong>do</strong> núcleo urbano.<br />

Além de realizar suas próprias procissões, a Ordem Terceira também participava de<br />

outras promovidas na cidade.<br />

Em 1743, a Ordem Terceira franciscana acompanhou pela primeira vez a procissão <strong>do</strong><br />

Corpo de Deus. O arcebispo D. José de Bragança (1740-1756), por meio de um edital afixa<strong>do</strong> na<br />

igreja da Sé, estabeleceu as associações que participariam da cerimônia, anuncian<strong>do</strong> entre<br />

essas a Ordem secular de São Francisco. A notícia rapidamente chegou ao conhecimento <strong>do</strong>s<br />

irmãos da Mesa, os quais decidiram participar da procissão. 117<br />

A procissão <strong>do</strong> Corpo de Deus fazia parte <strong>do</strong> cotidiano <strong>do</strong>s portugueses desde o perío<strong>do</strong><br />

medieval. Instituída pelo Papa Clemente V, em 1311, alastrou-se pela Europa católica sen<strong>do</strong><br />

celebrada com grande pompa. 118<br />

Em Portugal, desde o início da Idade Moderna, a procissão <strong>do</strong> Corpus Christi constituía-<br />

se numa das mais importantes festividades celebradas nos aglomera<strong>do</strong>s urbanos, incluin<strong>do</strong><br />

também as populações da América portuguesa (cf. Livro 3, Cap. 4). Apesar da relevância dessa<br />

manifestação em dia de Corpo de Deus, as autoridades eclesiásticas tentaram suprimir os<br />

abusos provoca<strong>do</strong>s nessas procissões, principalmente após o Concílio de Trento. Eliminar as<br />

figuras grotescas e abolir as danças, touradas e exibições de mulheres ocuparam clérigos tanto<br />

na cidade <strong>do</strong> Porto quanto em Lisboa. 119<br />

Também em Braga, a procissão <strong>do</strong> Corpo de Deus, no século XVI, continha um enorme<br />

aparato cênico, incluin<strong>do</strong>: carro de ervas (elabora<strong>do</strong> pelos agricultores de Maximinos), uma<br />

116 AOTB, Livro 7º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fl. 50.<br />

117 AOTB, Livro 3º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fl. 125.<br />

118 De acor<strong>do</strong> com TEDIM, José Manuel – A procissão das procissões. A festa <strong>do</strong> corpo de Deus..., p. 219.<br />

119 A respeito das tentativas de controle sobre a procissão <strong>do</strong> Corpo de Deus ler ALMEIDA, Fortunato – História da Igreja<br />

em Portugal..., pp. 559-562; MARQUES, João Francisco – A renovação das práticas devocionais. In AZEVEDO, Carlos<br />

Moreira. (Dir.) – História Religiosa de Portugal. vol. 2..., pp. 563-564.<br />

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