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Untitled - Universidade do Minho

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107 Paralelamente, os testa<strong>do</strong>res demonstraram, na cidade de Lisboa, um menor envolvimento<br />

com as agremiações de leigos e, também, reduziram durante a centúria os <strong>do</strong>nativos a tais<br />

instituições. Somente, as Ordens Terceiras franciscanas, na capital, continuaram receben<strong>do</strong> a<br />

mesma atenção <strong>do</strong>s legatários. 108 Essa perpetuação das obrigações pias destinadas às<br />

fraternidades de irmãos terceiros decorreu também entre os bracarenses. Apesar da ausência de<br />

estu<strong>do</strong>s para o conjunto de testa<strong>do</strong>res ou das irmandades, na cidade de Braga, que<br />

possibilitassem uma comparação fiável com os da<strong>do</strong>s compulsa<strong>do</strong>s para a Ordem Terceira, o<br />

crescimento na quantidade de lega<strong>do</strong>s, durante o século XVIII, sugere a mesma tendência<br />

detectada em Lisboa.<br />

Embora, persistisse o recebimento de lega<strong>do</strong>s, principalmente a partir de 1790, os<br />

recursos auferi<strong>do</strong>s pela Ordem secular com esse tipo de contrato decresceram sensivelmente.<br />

As mudanças estabelecidas durante o perío<strong>do</strong> pombalino determinaram restrições aos<br />

valores deixa<strong>do</strong>s para a salvação da alma, provocan<strong>do</strong> uma queda global no rendimento de<br />

irmandades e Ordens Terceiras, a partir de 1769. 109 Contu<strong>do</strong>, essas alterações foram visíveis na<br />

instituição bracarense fundamentalmente em finais <strong>do</strong> século XVIII.<br />

A quantidade monetária dispensada pelos testa<strong>do</strong>res determinavam as obrigações<br />

impostas nos contratos, contu<strong>do</strong> as devoções e as aspirações para o além-mun<strong>do</strong> influenciavam<br />

as escolhas <strong>do</strong>s legatários.<br />

Dentre to<strong>do</strong>s os lega<strong>do</strong>s, 36 testa<strong>do</strong>res solicitaram a celebração de missas, porém as<br />

celebrações litúrgicas poderiam variar nas tenções, no calendário e em números. Fundações<br />

107 Sobre a redução no número de lega<strong>do</strong>s pios deixa<strong>do</strong>s pelos testa<strong>do</strong>res a irmandades ler ABREU, Laurinda –<br />

Purgatório, Misericórdias e caridade: condições estruturantes da assistência em Portugal (XV-XIX)..., 395-415; ARAÚJO,<br />

Maria Marta Lobo de – Dar aos pobres e emprestar a Deus: as Misericórdias de Vila Viçosa e Ponte de Lima (séculos<br />

XVI-XVIII)..., p. 464; COSTA, Américo Fernan<strong>do</strong> da Silva – A Santa Casa da Misericórdia da Guimarães 1650-1800<br />

(caridade e assistência no meio vimaranense <strong>do</strong>s séculos XVII e XVIII)..., p. 82.<br />

108 A análise <strong>do</strong> envolvimento <strong>do</strong>s legatários com as irmandades e Ordens Terceiras lisboetas foi realizada por ARAÚJO,<br />

Ana Cristina – A morte em Lisboa. Atitudes e representações 1700-1830..., pp. 320-324.<br />

109 Conforme Ordenações Filipinas. Rio de Janeiro: Cândi<strong>do</strong> Mendes de Almeida, Livro IV, Aditamentos, 1870. pp. 1059-<br />

1060. Sobre o impacto das medidas pombalinas nos lega<strong>do</strong>s pios e nos bens pertencentes as Santas Casas da<br />

Misericórdia consultar SÁ, Isabel <strong>do</strong>s Guimarães; LOPES, Maria Antónia – História breve das Misericórdias portuguesas<br />

(1498-2000). Coimbra: Imprensa da <strong>Universidade</strong> de Coimbra, 2008. pp. 69-80.<br />

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