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Untitled - Universidade do Minho

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santo patrono, São Francisco, mas outros eventos ocupavam sobremaneira seus dirigentes e<br />

irmãos (cf. Livro 3, Cap. 6). Essas celebrações foram arroladas nos estatutos da instituição<br />

bracarense, com a justificativa de que “muitos destes exercícios são disposições da nossa<br />

Sancta Regra e outros estão desde tempos muito antigos introduzi<strong>do</strong>s pela devoção e louvável<br />

costume desta Ordem, queremos que a to<strong>do</strong>s se de inteira satisfação para o que os<br />

declaramos.” 48 Desse mo<strong>do</strong>, o capítulo sétimo indica as atividades realizadas pelo conjunto da<br />

instituição. Entre essas destacaram a comunhão geral <strong>do</strong>s irmãos na igreja da Ordem, oração<br />

mental todas as noites, procissão de quarta-feira de Cinzas, realização da via-sacra as sextas-<br />

feiras da Quaresma, peditório na segunda-feira Santa, lavapés, festa com missa cantada em dia<br />

de São Francisco, procissão de prece em caso de calamidades, dar esmolas aos irmãos pobres<br />

ou viajantes, cumprir os lega<strong>do</strong>s e defender os privilégios da Ordem. 49<br />

As obrigações de cunho religioso não se limitavam às festas, procissões ou exercícios<br />

espirituais. As Ordens Terceiras franciscanas dedicavam-se, sobretu<strong>do</strong>, à salvação da alma de<br />

seus associa<strong>do</strong>s (cf. Livro 1, Cap. 2). O cuida<strong>do</strong> com os ritos fúnebres e sepultamento<br />

marcavam o cotidiano dessas instituições desde sua origem, no medievo. 50 Incluída nessa<br />

perspectiva de angariar benesses espirituais para seus irmãos no além-mun<strong>do</strong>, encontrava-se a<br />

Ordem Terceira bracarense. O cuida<strong>do</strong> dispensa<strong>do</strong> aos mortos incluía toques de sinos,<br />

empréstimo de paramentos para o velório na casa <strong>do</strong> defunto, mortalha (hábito franciscano),<br />

acompanhamento pelos irmãos até a sepultura, inumação em solo sagra<strong>do</strong> – no interior da<br />

igreja da Ordem Terceira – e missas em intenção à alma <strong>do</strong> faleci<strong>do</strong>. Não somente a celebração<br />

individual aos irmãos compunha o quadro destina<strong>do</strong> a expiação <strong>do</strong>s peca<strong>do</strong>s pós-morte, também<br />

a comemoração coletiva em prol das almas acontecia anualmente num evento denomina<strong>do</strong><br />

48 AOTB, Estatutos da Veneravel Ordem Terceira da cidade de Braga 1742, fl. 33.<br />

49 AOTB, Estatutos da Veneravel Ordem Terceira da cidade de Braga 1742, fls. 33-36.<br />

50 A Regra aprovada, no século XIII, destaca no Capítulo XIV a necessidade de to<strong>do</strong>s irmãos rezarem quan<strong>do</strong> algum<br />

terceiro franciscano falecesse, confira-se ARBIOL, Antonio – Los terceros hijos de el humano serafin. La Venebrable y<br />

Esclarecida Orden Tercera de Nuestro Serafico Patriarca San Francisco. Refierese sus gloriosos principios, regla; leyes,<br />

estatutos y Sagra<strong>do</strong>s exercicios; sus frandes excelencias, indulgencias, y Privilegios Apostolicos y las vidas prodigiosas<br />

de sus principales santos y santas, para consuelo y aprovechamiento de sus ama<strong>do</strong>s hermanos. Zaragoza: Pedro<br />

Carreras, 1724. pp. 19-20; SILVA, Francisco Pereira da – Caminhos <strong>do</strong>s terceiros seraficos para a celestial patria,<br />

descuberto pelo serafim <strong>do</strong>s patriarcas na instituição da sua Terceyra Ordem…, pp. 27-28.<br />

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