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Untitled - Universidade do Minho

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aconteceu com “Antónia Barboza da rua <strong>do</strong>s Pelames por ser pobre”. 46 Os preços gastos com<br />

as mortalhas poderiam variar entre 650 e 1020 réis, porém essas diferenças de valores não<br />

foram justificadas pelos síndicos. Contu<strong>do</strong>, essas variações nos preços decorriam devi<strong>do</strong> ao feitio<br />

<strong>do</strong>s hábitos, visto “haver de diversas qualidades”. 47<br />

Os responsáveis pela confecção da vestimenta, entre os bracarenses, também são<br />

desconheci<strong>do</strong>s, embora os frades franciscanos, muitas vezes, se responsabilizassem por esse<br />

trabalho noutras localidades. 48<br />

Quan<strong>do</strong> morria algum irmão, a Ordem Terceira acionava uma sequencia de atos no<br />

intuito de ajudar o defunto no seu trepasse. Primeiramente, tocava-se os sinos da igreja. Sinal<br />

para avisar os outros membros da instituição <strong>do</strong> acontecimento, ecoava pela cidade a notícia <strong>do</strong><br />

falecimento. 49<br />

To<strong>do</strong>s os irmãos e irmãs receberiam o aviso, pois estavam instruí<strong>do</strong>s para que “cada<br />

hum reze cincoenta vezes o Padre Nosso e outras tantas vezes o Verso = Réquiem eternam &<br />

pela alma <strong>do</strong> tal Irmão ou Irmam falleci<strong>do</strong>”. 50 A oração constituía um ato de compaixão para<br />

com a alma defunta, mas também uma forma de a sufragar perante Deus.<br />

A disposição a respeito da obrigação das orações, logo após o falecimento de algum<br />

membro, recorda aos irmãos a importância da devoção individual para o grupo. A pertença ao<br />

coletivo era reforçada por atos individuais, carrega<strong>do</strong>s de significa<strong>do</strong>. Paralelamente, a constante<br />

lembrança da morte incentivava a busca pelo bem viver, determinante para a boa viagem no<br />

outro mun<strong>do</strong>.<br />

46 Outros irmãos receberam o hábito para serem sepulta<strong>do</strong>s. AOTB, Livro da despesa <strong>do</strong> sindico da ordem terceira de<br />

Braga 1710-1760, fls. 118, 142,160, 177v.<br />

47 Estatutos da Veneravel Ordem Terceira da Penitencia de São Francisco de Xabregas. Lisboa: Oficina Silviana e da<br />

Academia Real, 1742. p. 92.<br />

48 Sobre a confecção de mortalhas feita pelos frades destinada aos irmãos terceiros ler BARRICO, Joaquim Simões –<br />

Noticia Historica da Veneravel Ordem Terceira da Penitencia de S. Francisco da cidade de Coimbra e <strong>do</strong> seu Hospital e<br />

Asylo..., p. 51; MARTÍN GARCÍA, Alfre<strong>do</strong> – Religión y sociedad en Ferrolterra durante el Antiguo Régimen..., p. 66;<br />

Estatutos da Veneravel Ordem Terceira da Penitencia <strong>do</strong> nosso serafico padre São Francisco da cidade..., p. 44;<br />

Estatutos da Veneravel Ordem Terceira da Penitencia de São Francisco de Xabregas..., p. 92.<br />

49 AOTB, Estatutos da Veneravel Ordem Terceira da cidade de Braga 1742, fl. 37.<br />

50 AOTB, Estatutos da Veneravel Ordem Terceira da cidade de Braga 1742, fl. 38.<br />

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