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Untitled - Universidade do Minho

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mun<strong>do</strong>, que he a nossa salvação.” 30 Apesar de a oração mental ser recomendada a to<strong>do</strong> católico<br />

e passível de execução em qualquer lugar e horário 31 , o encontro obrigatório <strong>do</strong>s irmãos na<br />

igreja para esta atividade assegurava a sua realização.<br />

A prescrição da oração mental aos terceiros franciscanos, tanto de São Paulo quanto de<br />

Braga, revela a padronização de alguns exercícios religiosos entre os seculares nas terras<br />

portuguesas (cf. Livro 2, Cap. 6).<br />

Juntamente ao exercício da oração, os irmãos terceiros paulistanos praticavam a<br />

“disciplina”. A auto-flagelação fazia parte <strong>do</strong>s atos penitenciais <strong>do</strong>s seculares franciscanos.<br />

Mesmo sen<strong>do</strong> uma atividade essencialmente medieval, pareceu persistir entre portugueses e<br />

espanhóis no Perío<strong>do</strong> Moderno. 32<br />

Nas noites em que se reuniam os irmãos paulistanos na sua capela para a oração<br />

mental e “disciplina”, observava-se o silêncio e a moderação nos seus atos. Como estava<br />

contígua às instalações <strong>do</strong>s frades franciscanos, a cerimônia às vezes poderia “perturbar a<br />

nossa com a <strong>do</strong>s religiozos”. 33<br />

A imposição da “disciplina” somente às sextas-feiras aos terceiros paulistanos, contrasta<br />

com a determinada aos seculares lisboetas, os quais recorriam a esse ato penitencial três vezes<br />

por semana. 34<br />

30 FERREIRA, Manoel de Oliveira – Compendio geral da historia da Veneravel Ordem Terceira de Sao Francisco..., p.<br />

193.<br />

31 Sobre oração mental consultar MARQUES, João Francisco – A privatização da oração: vocal e mental. In AZEVEDO,<br />

Carlos Moreira. (Dir.) – História Religiosa de Portugal. vol. 2. Lisboa: Círculo de Leitores, 2000. pp. 603-605.<br />

32 A auto-flagelação recuou em algumas localidades da Europa (Itália), porém em outras permaneceu como atividade<br />

comum entre os devotos (Espanha). Sobre esse tema ler BOSSY, John – A cristandade no Ocidente 1400-1700..., p.<br />

71. Sobre a auto-flagelação, entre os irmãos terceiros franciscanos, durante o Perío<strong>do</strong> Moderno em Espanha ver<br />

MARTÍN GARCÍA, Alfre<strong>do</strong> – Religión y sociedad en Ferrolterra durante el Antiguo Régimen. La V.O.T. seglar<br />

franciscana..., p. 132. Em Portugal, algumas procissões contavam com a presença <strong>do</strong>s penitentes, os quais auto-<br />

flagelavam-se durante o trajeto. A respeito <strong>do</strong>s penitentes nas procissões, em Portugal, consultar ALMEIDA, Fortunato –<br />

História da Igreja em Portugal. vol II. Barcelos: Editora <strong>do</strong> <strong>Minho</strong>, 1968. p. 556; SÁ, Isabel <strong>do</strong>s Guimarães – As<br />

Misericórdias da Fundação à União Dinástica. In PAIVA, José Pedro (Coord.) – Portugaliae Monumenta<br />

Misericordiarum. Fazer a História das Misericórdias. vol. I. Lisboa: União das Misericórdias Portuguesas, 2002. p. 39.<br />

33 AOTSP, Livro II de termos, fl. 58.<br />

34 Estatutos da Veneravel Ordem Terceira da Penitencia <strong>do</strong> nosso serafico padre São Francisco da cidade..., p. 47.<br />

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