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Untitled - Universidade do Minho

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A igreja de Nossa Senhora <strong>do</strong> Carmo, administrada pelo religiosos carmelitas descalços,<br />

situava-se na freguesia de São João <strong>do</strong> Souto. A construção <strong>do</strong> convento, terminada, em 1655,<br />

provocou disputas judiciais, primeiramente, com o pároco de São João e, posteriormente, com o<br />

cabi<strong>do</strong> bracarense. Nos <strong>do</strong>is casos, o motivo principal seria os direitos de cobrança pelos<br />

sepultamentos. A Ordem carmelita conseguiu livrar-se das pretensões <strong>do</strong> pároco, contu<strong>do</strong>,<br />

permaneceu pagan<strong>do</strong> metade das ofertas relacionadas aos enterros, de fregueses da Sé, ao<br />

cabi<strong>do</strong>. 77 A igreja <strong>do</strong>s carmelitas possuía uma irmandade, desde 1759, devota a Nossa Senhora<br />

<strong>do</strong> Carmo. 78<br />

A partir de 1749, constam registros de sepultamentos <strong>do</strong>s seculares franciscanos entre<br />

os carmelitas. Porém, as inumações <strong>do</strong>s terceiros na igreja <strong>do</strong> Carmo aumentaram<br />

consideravelmente após 1780. 79 Provavelmente, alguns deveriam pertencer simultaneamente à<br />

irmandade de Nossa Senhora <strong>do</strong> Carmo e à Ordem Terceira franciscana. A escolha <strong>do</strong>s terceiros<br />

pela inumação, numa igreja vinculada a uma outra ordem religiosa, provavelmente agregava<br />

benefícios aos faleci<strong>do</strong>s. Numa lógica de adição, pertencer à agremiação terciária juntan<strong>do</strong>-se a<br />

outra instituição religiosa no momento da morte ampliava as possibilidades de salvação da alma.<br />

Em terceiro lugar, os seculares franciscanos escolheram a igreja de Santa Cruz.<br />

Pertencente a uma das mais importantes irmandades da cidade 80 , possuía seis altares nos<br />

quais representavam os “Passos <strong>do</strong> Senhor”. 81 Muitos irmãos terceiros deveriam também fazer<br />

parte dessa irmandade, pois, durante o século XVIII, constituía-se numa instituição bastante<br />

77 A respeito das desavenças entre a Ordem carmelita e outras instituições ler FREITAS, Bernardino José de Senna –<br />

Memórias de Braga. Tomo II. Braga: Imprensa Catholica, 1890. pp. 217-218.<br />

78 FREITAS, Bernardino José de Senna – Memórias de Braga. Tomo II..., pp. 219-220.<br />

79 AOTB, Livro <strong>do</strong>nde se passao as certidões das missas <strong>do</strong>s nossos irmãos que falecem 1718–1739; Livro <strong>do</strong>s irmãos<br />

defuntos sacer<strong>do</strong>tes e seculares 1746-1781; Livro <strong>do</strong>s irmãos defuntos sacer<strong>do</strong>tes e seculares 1781-1795; Livro <strong>do</strong>s<br />

irmãos defuntos sacer<strong>do</strong>tes e seculares 1795-1816; Livro <strong>do</strong>s irmãos defuntos sacer<strong>do</strong>tes e seculares 1817-1834.<br />

80 A irmandade de Santa Cruz estava entre as associações com maiores rendimentos na cidade, a respeito ler GOMES,<br />

Paula Alexandra de Carvalho Sobral – Oficiais e Confrades em Braga no tempo de Pombal (Contributos para o estu<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> movimento e organização confraternal bracarenses no século XVIII). Braga: <strong>Universidade</strong> <strong>do</strong> <strong>Minho</strong>, 2002.<br />

Dissertação de Mestra<strong>do</strong>. Policopiada. pp. 134-137.<br />

81 FERREIRA, Ana Cunha; CAPELA, José Viriato – Braga Triunfante ao tempo das memórias paroquiais de 1758..., p.<br />

268.<br />

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