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Untitled - Universidade do Minho

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Primeiramente, a iniciativa partiu de membros de uma irmandade devota ao santo de<br />

Assis, ocorren<strong>do</strong> espontaneamente sem a prévia vinculação aos conventos franciscanos. 39 O que<br />

demonstra a inicial ausência de frades mendicantes nessa ação, pois os confrades solicitaram a<br />

Roma a presença de um franciscano, indispensável para a ereção e desenvolvimento de uma<br />

Ordem Terceira de São Francisco. Também, evidenciam o conhecimento <strong>do</strong>s confrades de São<br />

Francisco <strong>do</strong>s privilégios e benesses espirituais aos membros das Ordens Terceiras ao vivenciar<br />

uma religiosidade mais rigorista. Essa situação revela, paralelamente, que a formação das<br />

ordens terciárias não dependia exclusivamente da presença física de conventos franciscanos na<br />

localidade. Contu<strong>do</strong>, ressalta-se que as vantagens espirituais concedidas aos seculares eram<br />

conhecidas entre os devotos da irmandade de São Francisco, demonstran<strong>do</strong> a eficácia na<br />

divulgação das especificidades da Ordem Terceira.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, diferentemente de outras congêneres constituídas, durante o século XVII,<br />

em núcleos urbanos, tanto <strong>do</strong> reino quanto da América portuguesa, incluin<strong>do</strong> a agremiação de<br />

São Paulo (cf. Livro 3, Cap. 1), a Ordem Terceira franciscana, em Braga, formou-se no interior<br />

da igreja da Sé, a partir de uma irmandade devota a São Francisco.<br />

Após obterem auxílio <strong>do</strong>s frades espanhóis e garantirem o atendimento espiritual,<br />

promovi<strong>do</strong> pela presença <strong>do</strong> franciscano vin<strong>do</strong> de Guimarães, formaram a Ordem Terceira, em<br />

1672. 40 Durante os <strong>do</strong>is primeiros anos de existência, os irmãos terceiros permaneceram<br />

dividin<strong>do</strong> o altar com a irmandade de São Francisco, situa<strong>do</strong> na Sé, onde faziam seus exercícios<br />

espirituais. 41 Apesar de constituir-se numa agremiação independente da irmandade franciscana,<br />

desse perío<strong>do</strong>, não se encontram atualmente <strong>do</strong>cumentos produzi<strong>do</strong>s pela Ordem Terceira.<br />

Talvez, a <strong>do</strong>cumentação tenha se extravia<strong>do</strong> no decorrer <strong>do</strong> tempo ou mesmo não tenha si<strong>do</strong><br />

produzida, devi<strong>do</strong> ao caráter embrionário da associação. Somente nos livros da irmandade<br />

encontramos referência ao desejo da formação da Ordem Terceira, algumas disposições a<br />

39 O caso da Ordem Terceira franciscana de Lisboa difere sensivelmente, pois foi por meio da pregação e ação direta de<br />

um franciscano que se deveu a origem da instituição, em 1615. A respeito da Ordem lisboeta ler SÃO FRANCISCO,<br />

Luís de – Que contem tu<strong>do</strong> o que toca a origem, regra, estatutos, cerimonias, privilégios, progressos da sagrada Ordem<br />

Terceira de nosso seraphico padre São Francisco. Lisboa: Oficina Miguel Deslandes, 1684. pp. 385-386; RIBEIRO,<br />

Bartolomeu – Os terceiros franciscanos portugueses. Sete séculos da sua história…, pp. 133-134.<br />

40 AOTB, Livro <strong>do</strong>s acor<strong>do</strong>s da Irmandade..., fl. 42.<br />

41 AOTB, Livro 1º de Termos da Veneravel Ordem 3ª, fl. 1.<br />

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