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Untitled - Universidade do Minho

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Desse mo<strong>do</strong>, o processo eleitoral e a divulgação <strong>do</strong> seu resulta<strong>do</strong> implicava em orações<br />

ao Espírito Santo, celebrações eucarísticas e, finalizava, com uma procissão, revelan<strong>do</strong> a<br />

centralidade <strong>do</strong>s ritos religiosos no cotidiano dessas associações. 75 Paralelamente, demonstrava<br />

a necessidade <strong>do</strong>s irmãos em salientar diante da comunidade de fiéis e no seio da instituição o<br />

grupo gestor eleito. 76<br />

No livro confecciona<strong>do</strong> para registrar o resulta<strong>do</strong> das eleições da Ordem Terceira<br />

paulistana foram mencionadas as características necessárias aos irmãos para serem eleitos para<br />

os cargos de ministro, secretário, síndico e mestre de noviços.<br />

O cargo de ministro, como indicavam os estatutos, só poderia ser ocupa<strong>do</strong> por irmãos<br />

professos há pelo menos cinco anos. Esta imposição para este cargo justificava-se, pois nas<br />

Ordens Terceiras o ministro era “Superior de to<strong>do</strong>s, e Pay da Congregaçaõ, aquem to<strong>do</strong>s os<br />

Irmaõs devem obedecer no concernente à Terceyra Ordem”. 77 Era, portanto, uma pessoa que<br />

devia impor respeito e ser respeita<strong>do</strong> por to<strong>do</strong>s.<br />

Para os cargos de vice-ministro, secretário e síndico deveriam selecionar aqueles que<br />

anteriormente tivessem participa<strong>do</strong> <strong>do</strong> órgão gestor para “melhor saber a obrigaçam de seus<br />

cargos”. 78<br />

O mestre de noviços seria escolhi<strong>do</strong>, preferencialmente, entre os ex-ministros, porque<br />

“só haven<strong>do</strong> tal capacidade no sugeito para ministro ou mestre de noviços que a Ordem a ter<br />

grande conveniencia ou proveito o poderao dispensar.” 79<br />

Além destes irmãos, com ocupações específicas, juntavam-se <strong>do</strong>ze defini<strong>do</strong>res, os quais<br />

assistiam às reuniões da Mesa votan<strong>do</strong> nas deliberações apresentadas.<br />

75 Os ritos religiosos realiza<strong>do</strong>s durante as eleições e na divulgação de seus resulta<strong>do</strong>s foram descritos por SÃO<br />

FRANCISCO, Luís de – Que contem tu<strong>do</strong> o que toca a origem, regra, estatutos, cerimonias, privilégios, progressos da<br />

sagrada Ordem Terceira de nosso seraphico padre São Francisco..., pp. 577-585.<br />

76 Sobre a importância das procissões como momentos de “rituais de afirmação” e de “visualização” <strong>do</strong> poder veja-se<br />

MONTEIRO, Nuno Gonçalo – Elites e poder. Entre o Antigo Regime e o Liberalismo. Lisboa: Imprensa de Ciências<br />

Sociais, 2007. p. 50.<br />

77 FERREIRA, Manuel de Oliveira – Compêndio Geral da História da Veneravel Ordem Terceira de São Francisco..., p.<br />

47.<br />

78 AOTSP, Livro das eleições 1714-1799, fl. 1.<br />

79 AOTSP, Livro das eleições 1714-1799, fl. 1.<br />

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