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Untitled - Universidade do Minho

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paulista com outras capitanias. Essas trocas comerciais inseriram a vila de São Paulo, mesmo<br />

que de mo<strong>do</strong> periférico, na economia <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> atlântico. 927<br />

Além <strong>do</strong> trigo, os paulistas desenvolveram a agricultura da mandioca, feijão, milho, arroz<br />

e algodão. Estes produtos eram comercializa<strong>do</strong>s na região promoven<strong>do</strong>, igualmente, o<br />

desenvolvimento <strong>do</strong> comércio, auxilian<strong>do</strong> na circulação e acumulação de capitais. 928<br />

Esse crescimento da produção agrícola propiciou aos mora<strong>do</strong>res da região o incremento<br />

das suas riquezas e o incentivo de um pequeno comércio de bens luxuosos importa<strong>do</strong>s pelo<br />

aglomera<strong>do</strong> urbano. Em finais <strong>do</strong> século XVII, a partir da fixação <strong>do</strong>s preços de alguns produtos<br />

pela edilidade, observa-se a presença de sedas, fitas, chapéus, botões, ferro e sabão no<br />

comércio da vila. 929<br />

Esses produtos importa<strong>do</strong>s chegavam a São Paulo através <strong>do</strong> Caminho <strong>do</strong> Mar que<br />

ligava a vila ao porto de Santos, o qual servia para o escoamento da produção agrícola da região.<br />

Apesar de sua utilização constante, essa rota constituía-se numa dificultosa travessia, realizada<br />

inicialmente a pé, caminhava-se até Cubatão, onde se poderia continuar a viagem em canoas. O<br />

trajeto era realiza<strong>do</strong> entre <strong>do</strong>is a quatro dias, fundamentalmente, por indígenas carrega<strong>do</strong>res.<br />

Desse mo<strong>do</strong>, a existência de nativos escraviza<strong>do</strong>s tornava-se vital não somente para a produção<br />

agrícola, mas também para o seu transporte e comercialização. 930<br />

Além <strong>do</strong> caminho utiliza<strong>do</strong> para ligar a vila paulista com o mar, outros trajetos formaram-<br />

se em decorrência das expedições realizadas pelos mora<strong>do</strong>res da região para a captura de<br />

indígenas e busca de metais preciosos. Esses itinerários ligavam a vila tanto com o Norte e<br />

Nordeste <strong>do</strong> Brasil quanto com o Sul, as terras <strong>do</strong>s atuais esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul e Santa<br />

927 A respeito da produção agrícola, durante o século XVII, em São Paulo ler MONTEIRO, John Manuel – Negros da terra.<br />

Índios e bandeirantes nas origens de São Paulo..., p. 113; SILVA, Janice Theo<strong>do</strong>ro da – São Paulo. 1554-1880. São<br />

Paulo: Editora Moderna, 1984. p. 79.<br />

928 BLAJ, Ilana – A trama das tensões. O processo de mercantilização de São Paulo colonial (1681-1721). São Paulo:<br />

Humanitas, 2002. p. 108.<br />

929 Leia-se BLAJ, Ilana – A trama das tensões. O processo de mercantilização de São Paulo colonial (1681-1721)..., p.<br />

108.<br />

930 A importância <strong>do</strong>s indígenas carrega<strong>do</strong>res para o escoamento da produção agrícola paulista foi analisada por<br />

MONTEIRO, John Manuel – Negros da terra. Índios e bandeirantes nas origens de São Paulo..., pp. 122-123.<br />

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